Casa de Apoio Ninar comemora Dia Internacional da Síndrome de Down

Nesta quinta-feira (21), a programação iniciou com atividades de estímulo cognitivo e motor para as crianças, depois a dinâmica foi voltada para os pais

Fonte: Paula Boueri

“Hoje é o dia de romper barreiras, quebrar preconceitos, levantar bandeiras e dizer que ser diferente é normal!”. A frase de Charliane Pereira Pinto, 28 anos, resume o sentimento de muitos pais de crianças com Down. Natural de Vargem Grande, ela participou com a pequena Maria Isadora, 2 anos, da programação da Casa de Apoio Ninar em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira (21).

Desde que iniciou o acompanhamento na Casa de Apoio Ninar, inaugurada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) com o papel de prestar assistência especializada a crianças com problemas de neurodesenvolvimento e seus familiares, mãe e filha participaram de quatro ciclos, com grande evolução.

“Cada semana que a gente vem para cá é um aprendizado novo. Tem a troca de experiência com as outras mães, o convívio dela com outras crianças. Cada orientação passada, eu acato com cuidado e carinho, e a diferença pode ser percebida na evolução dela”, relatou Charliane Pereira Pinto.

Nesta quinta-feira (21), a programação iniciou com atividades de estímulo cognitivo e motor para as crianças, depois a dinâmica foi voltada para os pais, com a exibição de um vídeo sobre mudança de planos, o que levou pais e profissionais às lágrimas.

“O vídeo mostrava que a pessoa se planejou para ir para a Itália, mas levam ela para a Holanda, e ela descobre que a Holanda é o melhor lugar do mundo. Isso é a nossa história, na gestação você programa uma coisa e acontece outra. Me emocionei muito”, contou Thais Aline, mãe do Bernardo, 1 ano.

Thais Aline tem uma tia com Down e percebe grandes diferenças do tratamento e na recepção da sociedade entre as duas gerações. “A casa acolhe muito a gente. A evolução do meu filho é gritante. Tenho uma tia com Down e na época dela não tinha isso. A evolução dela para o Bernardo é grande. Minha vó, por exemplo, amava minha tia, mas escondia, não por vergonha, mas para não expor. Existia Apae, mas muitas mães não levavam”, disse.

Para a terapeuta ocupacional e coordenadora da equipe multidisciplinar da Casa de Apoio Ninar, Valéria Ferreira, unidades de saúde como a casa são essenciais para as mudanças e evolução das pessoas com Down. “É gratificante olhar a mudanças nas crianças. Há um ano quando chegaram aqui, muitos não sabiam andar, não falavam e tinham dificuldade na alimentação. Hoje, são crianças mais independentes e sociáveis”, contou.

“Estamos mostrando que elas podem tudo. Os estímulos mudaram e a vida mudou. Hoje, a reabilitação é diferente, as informações são diferentes. Isso tem mudado a visão de todos sobre Down”, salientou Valéria Ferreira.

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