Flávio Dino sobre Previdência: do jeito que vai, dificilmente passa

Dino defende a retirada “de um conjunto de excessos antissociais e anti-populares” do projeto

Fonte: Blog John Cutrim

O governador do Maranhão, Flávio Dino, reeleito pelo PC do B em 2018, disse que a proposta de reforma da Previdência de Jair Bolsonaro dificilmente será aprovada nos moldes que está atualmente.

Dino defende a retirada “de 1 conjunto de excessos antissociais e anti-populares” do projeto. Mudanças na aposentadoria rural e de professores, BPC e regime de capitalização são alguns pontos que devem ser excluídos para “que haja diálogo” com a oposição.

“A reforma da Previdência é uma necessidade. Há consenso em relação isso. Precisamos de novas regras Previdenciárias. Concordamos com isso. Queremos dialogar. Porém, não nesses termos. Não podemos imaginar que seja razoável retirar R$ 1 trilhão dos diretos do mais pobres. Com isso, não concordamos”, afirmou em entrevista ao Poder360 nesta 4ª feira (9.mai.2019).

Dino também criticou a tentativa do governo federal de condicionar o pacto federativo em troca de apoio dos governadores à reforma da Previdência.

Nesta 4ª feira, o presidente recebeu carta com 6 demandas dos governadores de Estados. Os governantes não receberam qualquer compromisso com a pauta como resposta.

A equipe de Bolsonaro acha que os políticos fazem corpo mole na hora de ajudar na aprovação da reforma. Ao segurar recursos, acham que os governadores vão trabalhar para que a Previdência passe mais rapidamente.

“Alguns pensam que a pauta federativa só pode andar se a reforma da Previdência andar 1º. Nós não consideramos isso. Não é 1 favor do governo federal com os Estados, é uma dívida. O governo federal deve aos Estados e nós queremos que pague”, afirmou.

ESTADOS E MUNICÍPIOS

Dino considera ruim a retirada das novas regras para aposentadoria de servidores estaduais e municipais do texto. Acha que, por uma questão constitucional, devem ser mantidas numa proposta que tenha consenso.

“Como nós teríamos no país milhares de regimes previdenciários diferentes? Imagina, o servidor do Maranhão tem 1 regime, o do Ceará outro, o do Goiás outro, o servidor federal outro e o servidor da prefeitura outro regime. Isso é realmente algo inusitado”, afirmou.

Segundo ele, essa alteração poderia trazer insegurança jurídica. “O ideal, do ponto de vista constitucional e político, é que estejamos todos juntos dentro de uma proposta que seja razoável. A atual não é. Uma proposta razoável que a Comissão Especial da Câmara construa”.

INÍCIO DO GOVERNO BOLSONARO

“Infelizmente [foram] meses muito confusos, conflagrados, uma opção pelo dissenso, pela divergência, pela confusão como 1 método do debate político. Acho que há uma visão de segmentos liderados por aquele suposto guru do governo Olavo de Carvalho e pelo Steve Bannon, que acredita em uma mobilização política sectária –espírito de seita–, que permanentemente iria manter o governo com apoio social”, disse.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

O governador também comentou sobre a união dos partidos de esquerda. Para ele, o PT, PC do B, PSB, PDT e o Psol devem começar a se unir em torno de uma pauta comum pensando na eleição municipais de 2020.

“[Por exemplo, em] São Paulo, quem é o nosso candidato nesse conjunto de forças? No Rio de Janeiro? Enfim, todas as capitais do Norte, Nordeste. Tentar unificar é o 1º passo para que possamos chegar em 2022 em condições melhores”, afirmou.

Questionado se o pleito de 2020 pode ter uma onda pró-Bolsonaro como em 2018, Dino disse que não.

“Houve uma onda anti-petista [em 2018] e, por conseguinte, anti-esquerda, contra o nosso campo político. Essa onda a essas alturas já perdeu grande parte de sua energia exatamente pelos fracassos de Bolsonaro e sua equipe”, afirmou.

E SUA CANDIDATURA EM 2022?

“O Senado é 1 caminho quase que natural de ex-governadores. Mas depende muito de olharmos a conjuntura do país. Como o país chegará até 2022”, declarou.

(Do Poder 360)

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