Dados da Pnad sobre escolarização no Brasil “é preocupante e nos deixa triste”, afirma Gastão Vieira

Ele mostrou as estatísticas da Pnad, que apontam que 40% da população brasileira, na idade de 25 anos ou mais nem sequer concluíram o Ensino Fundamental

Fonte: Gil Maranhão para o JP Online

“Esses dados nos deixam extremamente triste”. Foi assim que o deputado federal Gastão Vieira (Pros-MA) avaliou os dados sobre a escolaridade no Brasil revelados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Os números em si não surpreendem. Quem acompanha a educação brasileira, como eu acompanho há anos, sabe que nada aconteceu nos últimos tempos que podem mudar a péssima realidade da nossa educação”, declarou o parlamentar maranhense, ao comentar a pesquisa ontem (24), em Brasília.

Integrante da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Gastão considera a pesquisa “preocupante”. Ele mostrou as estatísticas da Pnad, que apontam que 40% da população brasileira, na idade de 25 anos ou mais nem sequer concluíram o Ensino Fundamental. Isso representa cerca de 53,4 milhões de pessoas.

EDUCAÇÃO BÁSICA

Outro cenário preocupante da educação brasileira revelada na pesquisa é a taxa de pessoas que não concluíram a Educação Básica – 52, 6%. Ou seja, mais da metade dessa população não chegou a se formar no Ensino Médio, o que corresponde a 70,3 milhões de brasileiros. Os dados são referentes ao ano de 2018.

“Isso é terrível, saber que 40% da população do País acima de 25 anos ou mais sequer concluíram o Ensino Fundamental”, lamentou Gastão. “Mostra que não saímos da primeira etapa da educação”, ressaltou. “Preocupante também saber que só a metade está concluindo o ensino médio”, completou.

O parlamentar comemorou um dos poucos dados positivos da pesquisa. “Melhoramos só no Ensino Superior, onde temos um crescimento de 10%, um dado significativo, pois mostra que cada dia mais temos alunos nas universidades”, destacou.

ALFABETIZAÇÃO

Os dados relacionados à alfabetização são desanimadores, na opinião de Gastão. “Temos 11.3 milhões de analfabetos entre os adultos brasileiros”, revela, citando um tópico do levantamento da Pnad. “Quanta campanhas de alfabetização não já foram feitas do Brasil, desde Paulo Freire com o seu método revolucionário?”, questionou. “Na própria Câmara dos Deputados, em outras legislaturas, participamos de várias campanhas de alfabetização de adultos, coordenei um trabalho neste sentido e ainda temos um grande número de analfabetos”, ressaltou.

Outro ponto da pesquisa que despertou a atenção do deputado diz respeito ao nível de escolaridade. “O nível de escolaridade que deveria ser de 16 anos, o tempo que uma criança e jovem teria que passar numa escola para concluir o Ensino Básico todo, no Brasil é de 11 anos. Ou seja, estão passando 4 anos a menos na escola”, citou.

NEM, NEM

Gastão ressaltou que não é a que velocidade do ensino que resolveria a situação da educação brasileira. “Não é nada disso. É que as pessoas estão abandonando a escola, se evadem da escola. Já temos um ensino que a qualidade é extremamente duvidosa e o aluno ainda passa menos tempo na escola”, acentuou.

Contudo, o parlamentar disse que o dado mais preocupante do levantamento da Pnad “e incomoda a mim pessoalmente muito”, são as pessoas em situação de “nem nem “.

“É aquele jovem que nem estuda, nem trabalha. Ou seja, que está na boca do tráfico, aquele e que a qualquer momento vai ser recolhido e ficar a serviço do tráfico, e a família não vai mais sonhar em vê-lo formado, fazendo concurso público e sendo um empreendedor”, explicou. “São dados difíceis de conviver”, concluiu

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