Operação prende contadores e produtores rurais que deram prejuízo de R$70 milhões aos cofres públicos

Ação policial buscou cumprir 23 mandados de prisão temporária (por cinco dias) e 32 mandados de busca e apreensão no Maranhão, Piauí, Tocantins e Ceará

Da redação: Gustavo Bogea

Foi deflagrada, na manhã desta quinta-feira,18, a Operação Créditos Ilusórios nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Tocantins, em cumprimento a mandados de busca e apreensão e prisão temporária por força de decisão da 1ª Vara Criminal da Comarca da Ilha.

A operação atende representação do 1º Departamento de Combate à Corrupção (1º DECCOR), no curso do Inquérito Policial, que, com atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Maranhão, apura a possível prática de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

O esquema criminoso foi identificado pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e consistia na utilização de empresas de fachada (sem qualquer lastro financeiro, sede física ou mesmo quadro de empregados) para emitir notas fiscais fictícias, movimentando milhões de reais em operações de compra e venda de grãos, com o objetivo de gerar créditos tributários fraudulentos que eram utilizados posteriormente em operações comerciais que existiam de fato, sem que fosse recolhido qualquer valor aos cofres públicos referente ao ICMS.

Além de empresas de fachada, eram utilizadas empresas conhecidas como “fantasmas”, criadas com utilização de documentos falsos, que igualmente emitiam notas fiscais frias.

No decorrer das investigações, identificou-se que por trás de toda essa empreitada criminosa, orquestrada por empresários, contadores e produtores rurais, houve um prejuízo de aproximadamente R$70.000.000,00 (setenta milhões de reais) aos cofres públicos maranhenses no período de janeiro de 2015 a novembro de 2017. Dentre os maiores beneficiários do esquema, de acordo com o que apontam as investigações, destacam-se Shirlenylson Barbosa Ribeiro e Cleyton da Silva Toledo, que já se encontram presos por fatos semelhantes no Tocantins; Elton Félix Barroso de Araújo, responsável pela empresa MÁXIMA CORRETORA; ROGÉRIO DE HOLANDA SOARES, bem como os empresários João Miguel Geleilate, Surama Geleilate e Emílio Geleilate, das empresas CORREGEL CORRERORA GELEILATE LTDA., GELEILATE CORRETORA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. e GELEILATE AGRONEGÓCIOS E LOGÍSTICA LTDA., sediadas em Fortaleza/CE.

Estão sendo cumpridos 23 mandados de prisão temporária, pelo prazo de 5 dias, e 32 de busca e apreensão em Balsas/MA, Riachão/MA, Araguaína/TO, Floriano/PI e Fortaleza/CE pela Superintendência de Prevenção e Combate à Corrupção (SECCOR) e pelo GAECO do Ministério Público do Maranhão, com o apoio da Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI), das Secretarias da Fazenda do Maranhão e Piauí, dos GAECOs e dos GAESFs (Grupos de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal) dos Ministérios Públicos do Piauí e do Ceará e das Polícias Civis do Piauí, Ceará e Tocantins.

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