Vacina contra HIV entrará em fase avançada de teste em humanos em oito países e no Brasil

O estudo Mosaico entrará em fase 3, e as análises serão em homens que fazem sexo com homens e pessoas transexuais

Da redação: Gustavo Bogea

Na última terça-feira (23) a equipe responsável por estudos em vacinas contra o HIV, que integra o Projeto Mosaico, anunciou que os testes serão feitos em oito países da América do Norte, América do Sul e da Europa, e contarão com a participação de cerca de 3.800 indivíduos, com idades entre 18 e 60 anos. Serão 24 centros de estudo nos EUA, nove no Brasil, cinco no Peru, quatro na Argentina e três no México. Na Europa estão na lista a Espanha, Itália e Polônia.

O estudo Mosaico entrará em fase 3, e as análises serão em homens que fazem sexo com homens e pessoas transexuais. Será avaliado um processo de quatro doses de uma vacina projetada para imunizar contra as diferentes variedades do vírus em todo o mundo.

O conceito de vacinas usado nas pesquisas é desenvolvido a partir de um “mosaico” de antígenos. A fim de obter respostas imunológicas contra a maior parte das variações do vírus presente no mundo, a pretensão é que, com a imunização, seja possível impedir a manifestação de uma seleção de subtipos do HIV.

Os subtipos variam de acordo com a localização geográfica. O subtipo C, por exemplo, é mais presente no sul do continente africano, enquanto o subtipo C predomina na Europa e nas Américas.

Serão distribuídos aos participantes as quatro doses de vacina, além de um pacote de prevenção contra HIV, incluindo acesso aos medicamentos de Profilaxia pré-exposição (PrEP).

A pretensão é iniciar com os testes em populações de risco, pela alta concentração e incidência da doença em território africano. As mulheres fizeram parte dos primeiros experimentos. De acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids), elas representam quase 60% dos casos.

Na Europa e nas Américas, a vacina de teste será aplicada em indivíduos com idades entre 18 e 60 anos.

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