“Nenhuma unidade de saúde será fechada”, garante secretário de Saúde

Segundo o gestor estadual, a pasta avaliou o funcionamento de todas as unidades estaduais de saúde

Da redação: Gustavo Bogea

O secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, afirmou em entrevista exclusiva ao Jornal Pequeno, que “nenhuma unidade de saúde será fechada”.

Segundo o gestor estadual, a pasta avaliou o funcionamento de todas as unidades estaduais de saúde e está realinhando os serviços para garantir a que a população continue a ser assistida, porém sem comprometer os cofres públicos. “Não é possível permitir serviços, que a princípio aparentam para a sociedade ter um grande impacto, mas na prática isso não acontece, estes serão remodelados”, afirma.

Notícias circulam dizendo que alguns serviços de saúde de unidades estão sendo fechados. Essas notícias são verdadeiras?

Carlos Lula – A maioria das informações que têm circulado são falsas, são o uso abjeto e mesquinho de fatos, que sequer são checados, para causar desgaste na imagem do governador. Oposição é necessária e melhora a democracia, mas não assim. É preciso ser responsável, que tenha compromisso com a verdade e cobre melhores resultados. O que existe de fato é que estamos remodelando a rede de saúde do Estado. Temos um compromisso com a eficiência, precisamos gastar bem o dinheiro público. Não é possível permitir serviços, que a princípio aparentam para a sociedade ter um grande impacto, mas na prática isso não acontece, estes serão remodelados. Até para não termos serviços em duplicidade. É preciso dizer que ninguém vai ficar sem assistência.

Nos explique, então, o que é esse realinhamento da rede estadual de saúde?
Carlos Lula – Imagine uma unidade que realiza menos de 200 partos por ano e que tem uma equipe completa com obstetra, pediatra e equipe multidisciplinar por 24 horas. É um recurso muito alto empregado em uma unidade, que tem um resultado pouco prático. Não se tem nem um parto por dia. O que estamos fazendo é readequando a rede, realocando esses recursos para unidades mais resolutivas. Não se trata de cortar serviços, mas garantir que os recursos públicos sejam destinados de fato a resolver a vida do paciente, sem desperdício. As pacientes dessa maternidade, por exemplo, vão ser reguladas para outra unidade, que conseguirá absorver essa demanda, sem prejuízo. Continuamos com a missão de cuidar das pessoas, mas de forma responsável e sustentável para os cofres públicos.

Por que está acontecendo só agora?
Carlos Lula – Só agora era possível fazer isso. Usando uma metáfora, a saúde é um carro que se move lentamente, em que não é possível dar cavalo de pau. Ou parar para ajustar. Se eu fizer isso, causo risco para a sociedade. Assim que assumimos, organizamos a prestação de contas, regulamos a forma de contratar as administrações das unidades, interiorizamos as ações e levamos saúde para quem não tinha, abrindo serviços novos. Agora, entramos em uma terceira fase, redimensionando a rede e otimizando os serviços, porque agora temos uma real dimensão da demanda, pois muitas pessoas sequer tinham acesso ao sistema de saúde. Vamos focar nos serviços mais necessários.

O Maranhão seguiu na contramão dos outros estados por quatro anos, abrindo serviços e unidades. Como isso foi possível?
Carlos Lula – O Maranhão é perseguido não só de agora. Embora, haja um discurso oficial agora de perseguição, que a gente lamenta, porque quem é penalizado é a população. Temos a quarta pior per capita do SUS, ou seja, se pegar todo recurso de média e alta complexidade que o SUS destina para o Maranhão e dividir pela população, temos 158 reais por pessoa, pouco mais de 10 reais por mês para cada maranhense. Isso para manter todo o serviço de saúde. É impossível fazer isso. Nesses primeiros quatro anos, o Estado estimulou a economia, permitindo que o Maranhão melhorasse com investimentos públicos, fazendo uma agenda de crescimento. Agora, precisamos que o país melhore também. Estamos fazendo o realinhamento para permitir que a população continue a ser assistida. Não podemos esperar que o orçamento vá esticar, porque com o que recebemos do SUS isso não vai acontecer.

Ainda existe a possibilidade de abertura de novos serviços?
Carlos Lula – Sim, novos serviços serão abertos. Temos obras em andamento. Este mês, entregaremos o Centro de Hemodiálise, em São Luís. Além disso, vamos expandir o serviço para a pessoa com Espectro do Autismo e fazer mutirões de cirurgias neste segundo semestre. Continuamos com uma agenda, embora mais lenta porque praticamente já entregamos todas as unidades regionais que era preciso. Ainda temos o Hospital Regional de Santa Luzia do Paruá para entregar e nossa grande obra, que é o Hospital da Ilha, em São Luís, que terá mais capacidade que os dois Socorrões da capital.

Para o cidadão comum, o que muda?
Carlos Lula – O cidadão maranhense vai continuar a ser atendido, não perderá serviços mesmo com a readequação da rede. Um exemplo foi Matões, em que muitos boatos foram espalhados. Lá era pequeno, somente 20 leitos, e não tinha capacidade para ser resolutivo para a população. Transformamos em uma policlínica. Já o Hospital Regional de Chapadinha, que é de grande porte, passou a absorver a demanda da região. Enquanto isso, a Policlínica de Matões oferece uma série de especialidades ambulatoriais necessárias à população. Nenhuma unidade de saúde será fechada, ela poderá ser remodelada, mas não fechada.

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