Equipe médica salva mãe e bebê após descobrir doença rara em São Luís

A cirurgia salvou a vida de Edinete e trouxe ao mundo o pequeno Kaleb Miguel

Da redação: Gustavo Bogea

Púrpura é nome popular de uma doença rara, a Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI). A doença, que tem o vermelho no nome, é um distúrbio autoimune marcado pelo ataque das próprias defesas às plaquetas, células responsáveis pela coagulação do sangue. A equipe médica da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, em São Luís, realizou procedimento cirúrgico que salvou a vida da cabeleireira Edinete Francisca dos Santos, de 36 anos, assistida na unidade desde o pré-natal.

A equipe da rede estadual de saúde realizou o procedimento cirúrgico em 9 de agosto. “Já era acompanhada na maternidade pelo pré-natal e não sentia nada, trabalhava normal sem qualquer sintoma e vim para uma consulta de rotina, com 4 meses de gravidez. O médico achou que eu estava com manchas roxas estranhas e pediu exames. Na mesma hora ele avisou que eu precisava internar”, disse Edinete Francisca dos Santos.

Os sintomas da Púrpura nem sempre são comuns: manchas avermelhadas na pele, hematomas que não tenham sido motivados por pancadas, sangramentos espontâneos na gengiva, nas narinas, na urina e nas fezes, e, entre as mulheres, quadro de menstruação intensa. O exame na maternidade constatou que as plaquetas de Edinete Francisca não passavam de 16 mil (o ideal é que elas estivessem acima de 140 mil).

A gestante foi internada na maternidade no dia 4 de maio, com 17 semanas e cinco dias de gestação, e o diagnóstico de Púrpura Trombocitopênica Idiopática associada a diabetes descompensada e hipertensão gestacional. O tratamento inicial é feito com uso de corticosteróides ou imunoglobulina intravenosa, dependendo de quão baixa está a contagem de plaqueta e quão rapidamente é preciso aumentar os níveis, como explica a enfermeira obstétrica e supervisora do Alcon Rosa, Lilás e EGAR na maternidade, Lícia Araújo Calheiros.

“A doença ocorre quando o sistema imunológico ataca por engano as plaquetas. No caso desta paciente, foi preciso realizar três cirurgias pelo risco de morte da mãe e do bebê, e que incluiu três procedimentos: a cesariana, a laqueadura e a esplenectomia (retirada do baço que é o principal responsável pela destruição plaquetária)”, explicou Lícia Araújo Calheiros.

A cirurgia salvou a vida de Edinete e trouxe ao mundo o pequeno Kaleb Miguel, que continua internado na unidade para o acompanhamento com antibióticos e uso de fototerapia devido à prematuridade. Para Edinete Francisca a recuperação da saúde foi um milagre.

“Sabia que podia morrer porque meu corpo não respondia bem ao tratamento. Foi difícil para acreditar e eu só queria ir para casa, mas toda equipe me deu muito apoio, as enfermeiras, os médicos, eles foram mostrando que eu precisava confiar, que eu ia conseguir e foi essa vitória que aconteceu”, disse emocionada.

A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão da rede estadual de saúde é gerenciada pelo Instituto Acqua.

Doença rara 

Estima-se que os casos de Púrpura sejam 19 mil no Brasil, a maioria mulheres. O distúrbio autoimune ataca as defesas das plaquetas, células responsáveis pela coagulação do sangue. Embora a causa da doença seja desconhecida, é comum ela começar a se manifestar após infecções como catapora, rubéola e hepatites. Cerca de sete entre dez pessoas com o problema no Brasil são mulhe

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