Governo e donos de bares da Litorânea buscam melhorias no abastecimento de água

Foram programadas para a próxima semana, dentre outras atividades, visitas técnicas aos bares e restaurantes

Da redação: Gustavo Bogea

A reunião proposta pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), reuniu representantes da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e os integrantes da Associação de Bares e Restaurantes da Avenida Litorânea (ASLIT), em torno das dificuldades e busca de soluções para melhorias no abastecimento de água, coleta de esgoto e aumento da balneabilidade das praias. A debate ocorreu nas dependências da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio).

Durante a reunião, engenheiros e técnicos da Caema puderam apresentar aos comerciantes e demais participantes o panorama atual estabelecido pela Companhia, no intuito de cumprir serviços essenciais de abastecimento e coleta de esgoto doméstico na área. O gerente da Unidade de Negócios do Vinhais da Caema, José Luiz Bastos, explicou que a Avenida Litorânea é abastecida tanto pelo Sistema Italuís, com distribuição de vazão do reservatório R-9, quanto da exploração subterrânea de poço (p-2), localizado na avenida Luís Eduardo Magalhães.

Segundo José Luiz Bastos, esta configuração permite atender perfeitamente o local, seus turistas, moradores e o comércio estabelecido ali. Ele enfatizou ainda que o principal problema a ser enfrentado hoje é o desperdício. “Nesse sentido, precisamos urgentemente da compreensão e parceria dos associados para mudar o quadro que acarreta prejuízos para ambos os lados”, frisou.

Entre os principais focos de desperdício, o corpo técnico da Caema listou pontos comuns que devem ser vistos com grande preocupação. Alguns se sobressaem por estarem ligados a problemas sociais e requererem, além de providências, sensibilidade do poder público, dos comerciantes e também dos frequentadores da orla.

“Há uma série de questões. São pontos clandestinos para furto de água, uso desmedido por parte dos donos de bares e frequentadores, e sem falar nos lavadores de veículos que atuam na área, contribuindo para o enfraquecimento do abastecimento disponível e também acarretando danos ao meio ambiente, devido ao uso de materiais extremamente poluentes que vão parar na areia e, por consequência, na água do mar”, declarou José Luiz Bastos.

Quanto à coleta de esgoto, os integrantes da comissão formada pela Caema também chamaram atenção para o fato de que todo o volume coletado na área recebe tratamento adequado. Os efluentes passam por duas Estações Elevatórias dos Esgotos (EEE), que operam ao longo da extensão da Avenida Litorânea.

“A Caema, recentemente, adquiriu oito motores novos, aumentando a confiabilidade operacional do sistema e continua destinando mais recursos para isso”, comentou o coordenador socioambiental da Caema, Marcos Silva.

Após as explanações e manifestações dos participantes, foram programadas para a próxima semana, dentre outras atividades, visitas técnicas aos bares e restaurantes. Além disso, foi definido o envio de uma petição formal junto a Caema, a ser protocolada pelos comerciantes, para análise e discussão da faixa de tarifa e enquadramento dos bares num modelo específico de cobrança.

Para o presidente da ASLIT, Walternor Costa Silva, a reunião teve um caráter esclarecedor e a visita técnica, quando realizada, será uma ótima oportunidade para resolver pendências e realizar ajustes nas redes que servem os bares.  “Nós, enquanto Associação, temos certeza de que os donos dos estabelecimentos vão se adequar ao que for necessário, pensando nos benefícios próprios e também para os clientes e meio ambiente”, afirmou.

Como interlocutor das discussões, o secretário adjunto de Turismo, Hugo Ricardo de Paiva, disse que os debates desta natureza fazem parte de ações do GT da balneabilidade, grupo de trabalho instituído pelo governo e que reúne diversos órgãos interessados na melhoria da qualidade das praias, ganhos para atividade turística e econômica, bem como para a qualidade de vida da população na capital.

“O diálogo franco entre as instituições do poder público, donos de bares e os representantes da Caema é de suma importância para fomentar e encaminhar demandas, quer seja em relação à Secretaria de Meio Ambiente ou em relação à interlocução da Caema que mesmo com a complexidade da prestação dos serviços segue de forma determinada a solucionar os problemas, seja de abastecimento ou de saneamento”, declarou o secretário adjunto.

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