Presidente do PSL, Luciano Bivar é alvo de busca em investigação sobre candidaturas laranjas

Suspeita é que representantes do partido desviaram para outros fins parte do dinheiro destinado a candidatas na eleição de 2018.

Fonte: Por G1 PE

A Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em um endereço ligado ao deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), nesta terça-feira (15), na investigação sobre o uso de candidaturas laranjas pelo partido na eleição de 2018. Bivar é presidente do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

Ao todo, nove mandados foram autorizados pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral.

A investigação busca esclarecer se ocorreu fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres – ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados na campanha das candidatas do sexo feminino. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro foi desviado para ser utilizado em outras candidaturas.

A defesa do presidente do PSL informou que vai colaborar com as investigações da PF. “É um absurdo completo. Esse inquérito está se arrastando há muito tempo, tudo foi esclarecido, não havia necessidade alguma dessa busca e apreensão. O delegado está fazendo uma pescaria para encontrar alguma coisa”, afirmou o advogado Ademar Rigueira.

Candidatura suspeita

A PF não informou a qual candidatura a operação desta terça faz referência, mas uma das investigadas, desde fevereiro, é Lourdes Paixão, que recebeu R$ 400 mil da direção nacional do PSL, terceira maior verba concedida pelo partido. A candidata obteve 274 votos em 2018.

O dinheiro do fundo partidário foi enviado para a candidata pela direção do PSL, que tinha como presidente, na época, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Ele foi demitido do cargo depois das primeiras reportagens sobre as candidaturas laranjas.

O advogado de Lourdes informou, em fevereiro, que dinheiro repassado pelo partido teria sido utilizado para confecção de adesivos e santinhos para a candidata.

No endereço da gráfica que Lourdes informou ter usado para imprimir materiais de campanha e que consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o G1 encontrou uma oficina no local onde a empresa deveria funcionar.

Na época em que o material encomendado por Lourdes supostamente foi impresso, a oficina de funilaria já funcionava no local, conforme informaram os funcionários. A oficina está no edifício ao menos desde março de 2018.

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