Imagine que você está prestes a vender ou comprar um veículo seminovo ou usado. Neste momento, surgirá um ponto importante para determinar o fator primário de sua negociação, muitas vezes descritos pela expressão “valor de tabela”. O que exatamente isto quer dizer?
Para compradores e vendedores menos experientes, a tradução do termo é literalmente a consulta à Tabela Fipe, índice do mercado automotivo tido como referência desde o início dos anos 2000.
Sua credibilidade é consolidada inclusive pelas seguradoras. Elas utilizam seus dados para o realizar o cálculo dos serviços prestados e indenizações pagas.
Os valores da tabela também servem como base para cálculos de impostos como IPVA e presta dados comparativos para possíveis verificações de valores do Imposto de Renda declarados ao Fisco.
Como a Tabela Fipe funciona?
Antes de mais nada, é necessário entender o importante papel da Fipe neste contexto. A sigla significa Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e é um órgão que desde 1973 íntegra do Departamento de Economia da FEA – USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
A instituição também é responsável pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) que verifica periodicamente o cálculo da inflação na renda famílias paulistanas que recebem entre 1 a 20 salários mínimos.
Voltando à Tabela Fipe, seus dados são atualizados mês a mês através de um trabalho apurado de pesquisa de mercado. Especialistas do órgão verificam os de vendas de motocicletas, automóveis de passeio, utilitário e caminhões nas concessionárias, lojas físicas, sites especializados e classificados de 24 estados brasileiros.
Com os números coletados, os analistas descartam os valores de venda mais discrepantes tanto para mais quanto para menos, eliminando oscilações drásticas para a formação da média média obtida, visando reproduzir o fielmente quanto o possível o cenário real das transações de mercado.
Mesmo com lapidação desses dados, os valores da Tabela Fipe são uma referência concisa para negociações, mas os preços podem variar segundo algumas particularidades.
Ao considerarmos algumas regiões, alguns modelos podem apresentar atributos que são mais valorizados do que no restante do país, como ocorre com as cobiçadas picapes dos estados do Centro-Oeste. A caçamba é um item valioso e importante para os moradores das zonas rurais.
Além disso, muitos veículos também podem passar por modificações estruturais como a blindagem, que pode (e vai) encarecer o valor final de um automóvel.
Há ainda uma gama de acessórios como revestimentos em couro, rodas de liga leve, equipamentos de som e mídia, GPS, rastreadores, kit gás, entre outros, que podem agregar valor ao modelo, sejam eles itens opcionais oferecidos nos modelos zero quilômetro pelo fabricante ou posteriormente instalados proprietários em lojas especializadas.
Vale lembrar que também existem outras fatores e circunstâncias que podem fazer o valor do veículo aumentar ou diminuir em comparação com preço atribuído a um modelo discriminado na Tabela Fipe.
Além das formas de pagamento e de financiamento que podem render bons descontos ou acréscimos no ato da compra, há ainda características particulares do automóvel como seu estado de conservação, integridade dos componentes do motor, ocorrência de sinistros, integridade da funilaria, cor e textura da pintura e outros atributos que podem ser livremente negociados entre vendedor e comprador.
Por isso, a Tabela Fipe pode ser considerada como um indicador eficiente, mas não necessariamente um fator congelante dos preços em uma transação de compra e venda. Ainda assim, ela é um parâmetro reconhecido e bem aceito no mercado desde sua criação.
