Religação de água e energia não pode mais ser cobrada

A proposta também prevê o restabelecimento do serviço no prazo máximo de 12 horas contadas a partir da quitação do débito.

Fonte: Gil Maranhão

O projeto de lei do senador Weverton Rocha (MA), líder do PDT no Senado, que proíbe a cobrança da taxa de religação de água ou luz, quando o corte dos serviços ocorre por atraso no pagamento, foi aprovado nesta terça-feira (17) na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado Federal em caráter terminativo.

O PL altera a lei 8.997 de 1995 que dispõe sobre o regime de concessão de permissão de prestação de serviços públicos. Atualmente, além de regularizar as contas, os usuários também pagam uma taxa extra para que o fornecimento seja normalizado. “Essa taxa acaba sendo uma segunda punição, tem especial efeito danoso sobre os consumidores de menor renda, que além de buscar recursos para quitar a dívida, precisam gastar com a taxa de religação”, destacou Weverton.

A proposta também prevê o restabelecimento do serviço no prazo máximo de 12 horas contadas a partir da quitação do débito e também proíbe o corte nas vésperas de final de semana e feriados.

CORRIGIR DISTORÇÕES

“Prometi e cumpri! Trabalhei pela aprovação e consegui. O PL é bem simples. Essa família que atrasou vai correr atrás de pagar. Porém, quando pagar, o consumidor não pode ser explorado pagando uma taxa, às vezes, maior que a própria conta”, comemorou Weverton.

De acordo com o senador, “o objetivo é corrigir uma situação injusta. Esta é uma das minhas principais bandeiras. Parece ser simples, mas, para essas pessoas que não tem condições, é muito importante. É um direito de todo cidadão o acesso aos serviços básicos de água e energia.”

CORTES E RELIGAÇÕES

O relator do projeto na CTFC, senador Reguffe (Podemos-DF), a pedido do parlamentar maranhense, incluiu também no texto a proibição do corte nas vésperas de feriado e final de semana.

A medida foi uma reivindicação da bancada estadual maranhense, trazida pelos deputados Neto Evangelista e Fernando Pessoa ao autor do projeto. No seu parecer, o relator acatou emenda aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que fixa como prazo máximo para a religação do serviço o interstício de 12 horas, contadas a partir do pedido do consumidor ou da quitação de eventual débito. Ele também apresentou ajustes para adequar o texto à Lei Complementar 95, de 1998, que dispõe sobre a elaboração de leis.

“A nossa meta é regular essa prestação de serviço, para que ela fique mais equilibrada em favor do consumidor. Hoje as concessionárias chegam sexta-feira à tardinha e efetuam o corte. Aí a família ou tem dinheiro para pedir uma religação de urgência, ou perde tudo que está na geladeira. Não é justo”, acentuou Weverton.

ABUSO/CONCESSIONÁRIAS

O senador pedetista destacou, ainda, que a lei que estabelece as condições em que se pode dar a interrupção ou descontinuidade do serviço unilateralmente, por decisão da empresa concessionária, silencia sobre o restabelecimento do serviço, permitindo um comportamento abusivo das concessionárias na criação indevida da taxa de religação. Após a aprovação no Senado, o projeto segue para a Câmara dos Deputados. Senador Weverton já sinalizou que vai acompanhar de perto a votação da matéria naquela Casa Legislativa.

Fechar