Espinha de Bacalhau apresenta o show “O Samba é Resistência”

Grupo se apresenta nesta sexta-feira, às 21h, no Clube do Chico (Parque Shalon).

Fonte: Redação/Assessoria

Desde a sua popularização, no início do Século XX, o samba, o mais autêntico dos gêneros brasileiros, enfrenta desafios. Ao mesmo tempo que sofreu diversos episódios de repressão, a exemplo de sua apresentação nos terreiros do Rio de Janeiro, como o de Tia Ciata, onde era tido pelas autoridades policiais como “coisa de vagabundo e bandido”, o samba permanentemente é veículo de denúncias. Revelação de mazelas sociais, entre elas: o desemprego, a falta de moradia e a inflação, e de insatisfações e questionamentos ao ambiente político e democrático do país, continuamente estão entre os temas dos sambas de Paulinho da Viola, Chico Buarque, Gonzaguinha, João Nogueira, César Teixeira, Antônio Vieira, entre tantos outros.

A necessidade de afirmar essa faceta contestadora e questionadora do Samba, em tempos em que valores democráticos e cidadãos parecem tão agredidos, fez o Espinha de Bacalhau, um dos grupos mais exitosos do samba maranhense, programar um novo show. Nem que seja apenas por uma noite, e como de costume ciente de suas responsabilidades sociais, o Espinha de Bacalhau volta com sua formação clássica, tendo à frente Carlos Cuíca, Chico Chinês e Neto Peperi, além da companhia dos músicos João Eudes, que faz a direção musical do espetáculo, Cassiano Sobrinho, Laurindo Teixeira e Vilmar Oliveira.

O Espinha de Bacalhau reafirma que “O Samba é Resistência”, e difusor indispensável de agruras vividas pela população, a partir das obras de grandes autores, que sempre exaltaram a característica contestadora do samba. Estarão no repertório pérolas do gênero, que trazem conteúdo crítico, como: “Vai Passar” (Chico Buarque), Flanelinha de Avião (César Teixeira), “O Bêbado e a Equilibrista” (João Bosco e Aldir Blanc), “Candidato Caô Caô” (Bezerra da Silva) e “Kizomba, Festa da Raça” (Martinho da Vila/Escola de Samba Vila Isabel em1988).

Neto Peperi afirma que: “a escolha das músicas do show ocorreu de modo natural, porque tanto nas minhas composições, quanto no repertório do Espinha a formação da cidadania e as críticas sociais sempre foram e serão uma marca muito forte. São canções que nascem do incômodo que determinadas situações que vivemos, no Brasil e no mundo como um todo, causam a nós. Exemplo disso, é a minha nova composição, ‘Samba pro Algoz’, em parceria com Bertoldo Rêgo e Cassiano Sobrinho. Esse tipo de samba é uma marca das minhas composições e do próprio Espinha de Bacalhau”. Chico Chinês fala que: “é com muita satisfação e carinho que reencontro os amigos dessa formação do Espinha, que contribui bastante para o enriquecimento da cena musical maranhense”.

Para Carlos Cuíca: “o samba é o cronista social nato, que faz crítica às desigualdades sociais desde sempre, pois traz a linguagem da população mais humilde. É assim que o samba surgiu e é dessa forma que ele continua cultivado de modo mais vivo. O samba contesta a desigualdade social e os preconceitos de todas as formas. Aí ele se fortalece como forma de protesto. O samba é a arte em prol dos anseios, das vontades e dos desejos das camadas sociais mais humildes. É o grito daqueles que querem ser ouvidos”.

Show: “O Samba é Resistência”

Com Espinha de Bacalhau: Carlos Cuíca (voz e cuíca), Cassiano Sobrinho (bateria), Chico Chinês (voz), João Eudes (direção musical e violão sete cordas), Neto Peperi (voz e cavaquinho), Laurindo Teixeira (tantã) e Vilmar Oliveira (pandeiro).

Sexta-feira, 27 de dezembro – 21h

Local: Clube do Chico (Parque Shalon)

Ingressos e informações: (98) 9.8113-5547

Fotos: José Miranda Jr. (@fozzie_slz)

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