Alckmin sai do encontro com Bolsonaro criticando Nova Previdência

Para Alckmin o texto é muito complexo, longo e detalhista, e a reforma deveria focar na idade mínima e no tempo de transição

Da redação: Gustavo Bogea

A tentativa do governo federal em reunir, a partir desta quinta-feira (4), separadamente, com presidentes de partidos para formar uma base governista no Congresso Nacional – e até oferecer cargos no segundo e terceiro escalão – em busca de votos para aprovar a nova proposta de Reforma da Previdência (PEC 6/2109), não começou bem.

O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília, criticou a Nova Previdência. Para ele, o texto é muito complexo, longo e detalhista, e a reforma deveria focar na idade mínima e no tempo de transição.

O ex-governador de São Paulo também avisou que a bancada do partido, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, votará contra a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende a pessoas com deficiência, e a proposta de alterações nas regras da aposentadoria rural.

Postura independente

“O PSDB tem uma postura de independência em relação ao governo. Não há nenhum tipo de troca”, afirmou Alckmin. “Não participaremos do governo, não aceitamos no governo e votamos com o Brasil”, reforçou, descartando integrar a base governista.

Geraldo Alckmin ressaltou que o PSDB, mesmo recusando fazer parte da base do governo, votará no Congresso propostas que forem do interesse da população brasileira.

“Aquilo que a gente entende que é importante para o país, para voltar a crescer, ter emprego, ter renda, o partido vai votar favorável. Aquilo que a gente entender que não é justo, nós votaremos contra”, acentuou o tucano.

Fora da base

Geraldo Alckmin foi o terceiro presidente de partido a participar desta série de reuniões no Palácio do Planalto. Aos jornalistas, ele contou, ainda, que nem o presidente nem o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, convidaram o PSDB para integrar a base do governo. “Nem se tocou nesse assunto”, disse.

Onyx disse à imprensa, na quarta-feira (3) que Bolsonaro faria convites oficiais na série de reuniões para formar a base para a votação da Reforma da Previdência na Câmara. No mesmo dia, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu que o governo federal poderia liberar cargos no segundo e terceiro escalão para os partidos não aliados.

Busca de votos

A ideia de Bolsonaro é reunir com presidente de nove partidos. Seis deles – PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB – tiveram reuniões nesta quinta-feira. Outros três – PR, SD e Podemos – terão encontros na próxima semana.

Os nove partidos, juntos, somam: 259 deputados federais e 53 senadores. O objetivo do governo é, juntamente com o seu partido, o PSL, formar uma base governista no Congresso com 313 parlamentares na Câmara, e 57 no Senado.

Além de Alckmin (PSDB), Bolsonaro recebe nesta quinta-feira, os presidentes do PRB, Marcos Pereira; do PSD, Gilberto Kassab; do DEM, Antonio Carlos Magalhães (ACM) Neto; do PP, Ciro Nogueira: e do MDB, Romero Jucá.

Por ser uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), o texto da reforma da Previdência precisa ser aprovado, no Plenário da Câmara dos Deputados, com 308 votos, numa votação em dois turnos

Fechar