Eneva recebe visita de deputados da Assembleia

A empresa que produz gás natural para geração de energia elétrica para o Maranhão e o Nordeste recebeu comitiva de quatro deputados estaduais com o objetivo de conhecer e entender mais sobre como funciona o processo de produção de gás natural

Da redação: Gustavo Bogea

A visita preparada pela empresa Eneva, que produz gás natural para geração de energia elétrica para o Maranhão e o Nordeste, foi um dos pontos altos para o Maranhão nesta semana. A empresa recebeu uma comitiva de quatro deputados estaduais com o objetivo de conhecer e entender um pouco mais sobre como funciona o processo de produção de gás natural, por quê ele é usado para gerar energia elétrica e os benefícios que a operação já trouxe ao Estado do Maranhão.

A empresa, que tem uma de suas operações na região do Médio Mearim maranhense, tem um modelo integrado pioneiro de produção de gás natural e geração de energia. Sua história começou no Maranhão, há 10 anos, quando comprou áreas terrestres com indícios de gás natural. Cinco anos depois, em 2013, colocou em produção, em tempo recorde, o primeiro campo de gás da história do Maranhão.

Na visita, os deputados foram apresentados a essa estrutura por representantes da empresa. Coordenado pelo deputado Fabio Macedo, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Alema, quatro deputados fizeram, em conjunto com funcionários da Eneva, o caminho do gás, que começa no campo Gavião Real – primeiro campo produtor de gás natural do Maranhão, cujas operações iniciaram em 2013. Conheceram ainda a Unidade de Tratamento de Gás (UTG) – onde todo o gás natural produzido pela companhia, em seus cinco campos produtores, é tratado e colocado em condições ideais para serem entregues para a geração de energia; e o final foi nas quatro usinas térmicas da Eneva, no Complexo Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes.

Na oportunidade, os deputados conheceram a trajetória da empresa no Maranhão e as leis federais que regem o setor. Os representantes da Eneva contaram também sobre o processo de readequação de expectativas de produção de gás na Bacia do Parnaíba.

Após colocar o campo de Gavião Real em produção, em 2013, a empresa viu suas estimativas de reserva de gás natural serem revisadas, com queda de 21,1 bilhões de metros cúbicos. Isso colocou a companhia em uma situação limite, na qual precisou admitir aos governos federal e do Maranhão que não tinha o gás necessário para honrar os contratos assumidos com as usinas de gás. Do final de 2013 a 2016, a companhia fez um intenso trabalho para achar mais gás, e só conseguiu seguir adiante pois, no fim de 2014, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a agência reguladora de energia, Aneel, com fiscalização direta do Ministério Público.

“A trajetória da companhia é intrínsicamente ligada à história da indústria de gás natural no Maranhão. Temos muito orgulho de sermos uma empresa não apenas nacional, mas de coração maranhense. Viabilizamos um gás que está descoberto desde a década de 50, mas que ficou escondido embaixo da terra até 2013. Nós mudamos essa história, investimos mais de R$ 8 bilhões no Estado, e hoje, apenas seis anos depois, o Maranhão é o segundo maior produtor de gás natural em terra do Brasil”, explica a especialista em Relações Institucionais da Eneva, Elisa Soares.

Nesse processo, a empresa entrou em recuperação judicial e, por pouco, não foi decretada sua falência e interrupção de operações no Estado. As multas altíssimas por não entregar a energia prometida fizeram com que, na mesma época, a Eneva entrasse em Recuperação Judicial, e por pouco não foi decretada falência, quase encerrando a trajetória da indústria de gás no Maranhão.

“Foi um período muito difícil para a companhia. Foi preciso coragem e transparência junto aos órgãos reguladores, aos governos e à população que contava com aquele gás e com aquela energia, que não tínhamos o que havia sido prometido no passado. Mas aprendemos com essa trajetória, investimos muito e mudamos radicalmente nossa postura: somos abertos, transparentes, responsáveis e muito comprometidos com a entrega de nossas promessas. É com esse espírito que recebemos os deputados e mostramos para eles todo o nosso trabalho, que gera emprego e renda para os maranhenses”, afirma Elisa.

Investimentos retomados e novas fronteiras

Após investir R$ 1,5 bilhão no Estado em 2015, a companhia achou o gás necessário para colocar todas as usinas em funcionamento. Em julho de 2016, cumpriu o TAC, aumentou em mais de 70% sua produção de gás e colocou todo o parque do Complexo Parnaíba em operação. De lá para cá, tem investido pelo menos R$ 100 milhões ao ano para achar novas reservas de gás e cumprir os contratos de fornecimento de energia elétrica, que vão até 2027 e 2048.

Há um longo caminho a ser percorrido. A companhia dispõe de 21,4 bilhões de metros cúbicos de gás certificados, mas precisa de 60,7 bilhões de metros cúbicos de gás natural para honrar os compromissos já existentes. Assim, falta descobrir e certificar 39,3 bilhões de metros cúbicos de gás.

Para isso, tem feito uma intensa campanha exploratória, e vai perfurar 15 poços para continuar em busca do gás necessário para cumprir o acordo com a União. Cada poço custa R$ 10 milhões e não há a garantia de que novos indícios de gás sejam descobertos. “De uma média de 10 poços, achamos indícios de gás em 3. No ano passado, por exemplo, perfuramos 7 poços, e 5 foram ‘secos’. Somente aí perdemos R$ 50 milhões que não conseguimos recuperar”, explica Elisa.

Mas a companhia está otimista, fazendo uma intensa campanha exploratória e está confiante de que irá descobrir o gás necessário. “O que mais queremos é ter excedente de gás. É para isso que trabalhamos. Por enquanto, estamos correndo atrás de encontrar o gás necessário para honrar os contratos já firmados, mas trabalhamos para diversificar o uso do gás”, afirma a especialista.

Por enquanto, em função de acordo firmado com a Aneel, e fiscalizado pelo Ministério Público – que acompanham a evolução de reservas da Eneva para garantir que não ocorrerá o mesmo erro do passado de superestimar as reservas – todo gás encontrado e declarado comercial deve ser obrigatoriamente conectado às usinas térmicas.

Estratégico para o Maranhão

São muitos os benefícios da produção de gás natural no estado. A cada molécula produzida, recursos indiretos são gerados, que mudam o perfil socioeconômico da região do Médio Mearim. A produção da Eneva já pagou quase R$ 500 milhões em royalties, participações especiais, tributos e participação na produção para proprietários de terra locais.

Já a energia elétrica produzida no Complexo Parnaíba acende a luz na casa de muitos maranhenses. Juntas de energia desta região associada a geração da usina de Itaqui, em São Luís, também gerenciada pela Eneva é responsáveis por garantir a estabilidade energética da capital maranhense, e equivale a cerca de 60% do consumo de São Luís. Além disso, ainda produzem energia que abastece outras áreas do Maranhão, suficiente para abastecer os municípios de Santo Antônio dos Lopes, Lima Campos, Trizidela do Vale, Capinzal do Norte, Bernardo do Mearim e Santa Filomena do Maranhão, localizados na região da bacia produtora de gás.

Como reflexo da presença da Eneva, segundo o IBGE, o PIB de Santo Antônio dos Lopes cresceu 1109% de 2012 para 2013, quando o campo de Gavião Real entrou em produção, e a população viu o salário médio mensal subir quase 263% de 2010 a 2014, ainda segundo o IBGE. Lima Campos também viu sua economia diversificar. O PIB da cidade subiu 298% de 2010 a 2015 – último dado disponibilizado pelo IBGE.

“A produção de gás da Eneva aumenta a arrecadação dos municípios da região do Médio Mearim e contribui para o desenvolvimento, elevação da renda e aumento da participação da indústria no PIB do interior do Maranhão. Nós também investimos em projetos sociais nas áreas afetadas por nossa atuação e somos comprometidos com o desenvolvimento econômico sustentável e social do Maranhão”, afirma Elisa.

A Eneva recolhe os royalties gerados a partir da produção da Bacia do Parnaíba, e entrega para a Agência Nacional de Petróleo (ANP), que é o órgão responsável por entregar os recursos a União. É o governo federal quem respassa os royalties ao Estado e municípios, seguindo uma lógica de divisão prevista no Decreto no 2.705, de 3 de agosto de 1998.

Trazendo atuação social para o Estado, a empresa construiu uma Escola Digna em Santa Filomena, com capacidade para 600 alunos e investe de forma constante em projetos de capacitação de mão de obra local. A última leva de estagiários do Complexo Parnaíba, que já completa 1 ano de trabalho, foi toda formada pelo centro técnico da IFMA, em Pedreiras, e uma das maiores preocupações é com a contratação de pessoas da região.

“Queremos dar condições para a população local crescer e se desenvolver de forma sustentável. Também nos preocupamos com a manutenção das tradições locais, temos projetos de agricultura familiar, incentivo à cultura quilombola e um trabalho com a associação das quebradeiras de coco de babaçu. Vamos continuar apostando e investindo no Maranhão e no povo maranhense”, explica Elisa.

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