Caramujos Africanos se proliferam em diversos pontos de São Luís

A espécie encontrada em São Luís é vetor da meningite eosinofílica, uma infecção provocada por parasitas

Da redação: Gustavo Bogea

Até pouco tempo desconhecido dos moradores de São Luís, os caramujos africanos há quase dois anos fazem parte da rotina de diversos bairros da capital. A maior incidência do molusco está na área do Espigão Costeiro e na região do São Francisco. Porém, há relatos no Olho d’Água, Calhau, Cohafuma e no Araçagi, em São José de Ribamar.

O caramujo africano foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 1980, no estado do Paraná, com o intuito de substituir o escargot. A criação da espécie foi proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e muitos donos de criadouros liberaram os caramujos na natureza, sem tomar as devidas providências.

A espécie encontrada em São Luís é vetor da meningite eosinofílica, uma infecção provocada por parasitas. A infecção costuma ocorrer por meio da ingestão acidental destes animais ou do muco liberado por eles. Crianças e indivíduos com deficiência mental, assim como pessoas que trabalham em hortas e jardins podem ser considerados grupos de risco para a doença. Animais de estimação devem evitar passear nas áreas de incidência do caramujo.

O consumo de verduras, legumes e frutas crus sem a higienização adequada também pode levar à infecção, uma vez que os moluscos liberam muco sobre os alimentos e também podem acabar sendo picados e ingeridos despercebidamente junto com saladas ou temperos.

Evitar o contato dos moluscos com as mãos é fundamental. Na ausência de luvas, deve-se usar um saco plástico para proteger a pele. A eliminação consiste em colocar os moluscos em um balde com uma das misturas – um litro de água sanitária para cada três litros de água ou um quilo de cal ou sal grosso para cada seis litros de água. Após isso, é necessário deixar os caramujos imersos por um período de 24h para garantir sua morte e, por fim, quebrar as conchas para evitar criadouro do Aedes aegypti e descartar o material de forma correta.

O que dizem os poderes públicos do Maranhão

O Governo do Estado afirmou, por meio de nota, que a responsabilidade pelo recolhimento dos caramujos para fins de eliminação física é do município de São Luís, por meio das Secretarias de Meio Ambiente e Obras e Serviços Públicos. Todavia, o Governo do Estado, por meio do Decreto Nº 34324, de 12 de julho de 2018, instituiu um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI), reunindo Sema, SES e outros órgãos, para discutirem ações de combate ao caramujo africano.

Ainda segundo o Governo, no dia 16 de abril deste ano o GTI passou por uma capacitação, na qual representantes das instituições foram instruídos a repassarem aos demais servidores e prestadores de serviços, as informações referentes ao combate e controle do molusco.

Além disso, a Sema estará realizando neste sábado (22), a partir das 7h, uma ação de combate nos bairros Ponta D’Areia e São Francisco. No local, técnicos orientarão a população sobre como manusear e descartar o molusco, além da realização da coleta.

A Prefeitura de São Luís não respondeu ao questionamento da redação do Jornal Pequeno Online.

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