Investimentos na Base de Alcântara vão favorecer o desenvolvimento do mercado espacial no Brasil

Presidente da AEB afirmou que o uso comercial da Base de Alcântara abre perspectiva de inserção do Brasil no mercado internacional.

Fonte: Redação

Em visita ao Maranhão, na quinta (28) e sexta-feira (29), o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), engenheiro Carlos Augusto Teixeira de Moura, foi enfático ao afirmar que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicos (AST), que agora permite o uso comercial da Base de Alcântara, abre perspectiva de inserção do Brasil no mercado internacional de lançamento de foguetes.

Na passagem pela capital maranhense, o presidente da AEB participou de eventos na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e na Faculdade ISL Wyden, em São Luís. Nesses encontros com a comunidade acadêmica, ele ministrou palestras sobre o “Status e Desafios do Programa Espacial Brasileiro”.

“Alcântara pode se tornar um polo de desenvolvimento espacial, com ampla repercussão socioeconômica. Da mesma forma como São José dos Campos (SP) nucleou o desenvolvimento, no Vale do Paraíba, de um cluster aeronáutico, acreditamos que Alcântara e São Luís podem desempenhar papel de extrema relevância no desenvolvimento do setor espacial”, afirmou Carlos Moura que, na véspera da visita ao Maranhão, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Pequeno, em Brasília.

Na tarde de sexta-feira (29), no auditório do Centro Pedagógico da UFMA, Carlos Augusto Teixeira de Moura ministrou a palestra “Perspectivas para o setor aeroespacial brasileiro via centro Espacial de Alcântara”, organizada pelo curso e pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Espacial (PPGAero) da Universidade Federal do Maranhão. Segundo Carlos Moura, os sistemas espaciais são ferramentas para diversas políticas públicas, além de serem atividades multidisciplinares, e são capazes de criar várias soluções para diversas demandas do cidadão brasileiro.

“A Universidade é o centro de saber e a consciência crítica. Nós, da AEB, ficamos muito felizes em saber da criação do curso e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Espacial na UFMA. Isso possibilitará uma mão de obra qualificada, com conhecimentos distintos sobre o campo do aeroespacial”, frisou.

Ele ainda comentou que o estado do Maranhão detém um centro de lançamento muito bem localizado e que é próximo da universidade, o que faz do Brasil ser um diferencial em relação a outros países, gerando um ecossistema competitivo e com a produção de serviços e produtos com alta qualidade. “O Centro de Lançamento de Alcântara é muito atuante e detém profissionais de grande relevância para o mercado espacial, o que gera soluções de progresso socioeconômico para os brasileiros”, salientou. Durante a palestra, o presidente da AEB apresentou uma visão sobre o porquê de o Brasil estar inserido na atividade aeroespacial e de que forma os brasileiros se beneficiam com essa tecnologia.

Carlos Augusto Teixeira de Moura também falou da situação do mercado aeroespacial externo e interno. “O cenário internacional está crescendo muito rapidamente nos últimos anos. A ideia é que, daqui a vinte anos, tripliquem os investimentos nessa área, e isso acontece diante das inúmeras possibilidades de conexão de rede e da sociedade intitulada 4.0. No mercado interno, a situação do Brasil é muito privilegiada, com uma excelente infraestrutura e capacidade científica, acadêmica e industrial”, explicou.

Para o engenheiro civil Ricardo Corsini de Carvalho, estudante do Programa de Pós Graduação Aeroespacial, é de grande importância trazer esse tipo de conhecimento para a universidade. “Por meio dessa palestra, há uma conexão entre a pesquisa e a parte efetiva e prática do campo aeroespacial, possibilitando um contato entre estudantes e o mercado de trabalho. Com minha pesquisa, na área de materiais nano estruturados, pretendo desenvolver materiais que sejam aplicados em sistema e aeronaves”, afirmou.

O coordenador do curso de Engenharia Aeroespacial, Carlos Brito, alerta que a discussão propõe entender sobre os acontecimentos no campo aeroespacial e que podem interferir na utilização do Centro de Lançamento de Alcântara. Segundo ele, a primeira turma entrará em 2021, após encerrar o primeiro ciclo do BICT, que teve início em 2018. “É importante que os estudantes conheçam a dinâmica do CLA e, também a relevância do setor aeroespacial para o desenvolvimento do país”, destacou.

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