Dr. Gutemberg profere palestra no 1º Seminário em Economia e Saúde da FGV

Único representante da Região Norte e Nordeste no evento, Dr. Gutemberg explanou sobre os desafios da saúde pública no país.

Fonte: Redação/Assessoria

Médico cirurgião, professor da Universidade Federal do Maranhão e vereador de São Luís, Dr. Gutemberg Araújo foi convidado para proferir palestra no 1º Seminário em Economia e Saúde da Fundação Getúlio Vargas – FGV, realizado no último fim de semana, no Rio de Janeiro. O evento contou com a participação de secretários de saúde de vários Estados, técnicos do IPEA (Instituo de Pesquisa e Economia Aplicada), representantes do Banco Mundial e da FGV.

Único representante da Região Norte e Nordeste no evento, Dr. Gutemberg explanou sobre os desafios da saúde pública no país e os novos cenários. Ele apontou dados sobre a distribuição dos recursos públicos para a saúde, bem como a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O Brasil trabalha com 9% do PIB para saúde. Desse PIB de 9%, apenas 4% dos recursos são destinados pelo Poder Público para cumprir as obrigações. Ficando o restante desse PIB para a iniciativa privada. Isso mostra que o Brasil gasta com saúde pública apenas 42% dos recursos, enquanto o serviço privado gasta em torno de 50%. Por exemplo, um dos Socorrões de São Luís produz mais de 1 milhão de reais, quando na verdade custa 9 milhões. E todo esse aditivo cai nas costas daquele ente federativo que tem menos poder, no caso o município. Em outros países, os gastos com a saúde são de 70% do orçamento público”, analisou.

Autor do livro ‘Os Desafios na Gestão do Sistema Único de Saúde – SUS’, fruto da conclusão de um MBA em Administração em Saúde na FGV-RJ, Dr. Gutemberg mostrou que o Brasil tem um dos melhores programas de saúde do mundo, que é o SUS. Porém, ele alertou que o SUS apresenta dificuldades de financiamento, como uma tabela que não é reajustada há mais de 17 anos.

“Um dos caminhos para o SUS é fechar a torneira do desperdício. No ano passado, foram 17 bilhões de prejuízos. Isso somente com exames desnecessários. Outra solução é adotar o prontuário eletrônico”, disse Gutemberg.

Dr. Gutemberg destacou que mais de 6 mil obras do PAC estão paralisadas. E, destas, 1.700 são Unidades Básicas de Saúde. Ele ainda apontou que o Brasil precisa investir mais na atenção básica de saúde, focando na saúde preventiva.

“O grande trunfo para melhorar a saúde pública do Brasil está na melhoria da atenção básica, a exemplo do sistema de saúde do Reino Unido. Precisamos transformar a nossa saúde em saúde preventiva. A minha palestra foi baseada na minha experiência como gestor municipal, na vivência de médico e professor. Mas, sobretudo, nos relatos de pessoas que sofrem com o nossa saúde pública”, finalizou Dr. Gutemberg.

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