Após vídeo com reclamações sobre as condições do curso de medicina, Ceuma afirma que segue as diretrizes do MEC

Em vídeo, aluna alega falta da teoria e as aulas práticas não estariam funcionando

Fonte: Aidê Rocha

Diante do vídeo de uma estudante de Medicina da Universidade Ceuma que se identifica como Jéssica Portilho, o Jornal Pequeno procurou, nessa segunda-feira, 2, a instituição de ensino para se manifestar sobre as denúncias. A jovem, que está no sexto período de Medicina, utilizou as redes sociais para externar reclamações sobre a situação atual do curso.

Segundo ela relata no vídeo, o Ceuma teria demitido 16 professores do curso de Medicina, e que até hoje estão sendo contratados novos educadores para dar aula neste semestre. Atualmente, conforme Jéssica, o novo método usado na universidade não contempla as aulas teóricas como antes. Além da falta da teoria, as aulas práticas não estariam funcionando.

“Desde o primeiro período no Ceuma, nós temos o Programa de Integração Básica (PIBS), que é quando os alunos vão para as unidades básicas de saúde (UB) praticar a vida médica. No entanto, desde que começaram as aulas, nós não temos nem haveria previsão de quando vai começar”, lamentou.

Além disso, a estudante reclamou que o ambulatório, que é o local onde também são feitas aulas práticas do curso, iria começar na semana passada, mas não teve em razão de não haver pacientes marcados. “Pelo calendário que nos deram, no início do semestre, o primeiro rodízio no ambulatório já encerrou; porém, muitos grupos não tiveram nenhum dia, pois os médicos ainda estão sendo admitidos devido à demissão em massa, no fim do ano passado, e a instituição não se organizou”, frisou.

Procurada pela equipe do Jornal Pequeno, a estudante reafirmou as denúncias feitas pelas redes sociais. Ela ressaltou que não tem dúvida com relação à qualidade dos médicos que já se formaram na instituição e, ainda, dos alunos que já estão prestes a se formar, visto que os mesmos não foram atingidos por esses problemas.

“O curso de Medicina do Ceuma é um bom curso; até o período passado, tínhamos todas as disciplinas e cargas horárias que deveriam ser disponibilizadas. Mas, no início deste ano, houve muitas mudanças, de metodologia, grade curricular, fora as demissões, que foi o que mais prejudicou, pois até hoje não conseguiram repor o quadro totalmente. Demitiram 16 professores, entre dezembro de 2019 e janeiro deste ano. Não sei os motivos, mas a instituição não se organizou o suficiente”, declarou Jéssica.

CEUMA DIZ SEGUIR DIRETRIZES DO MEC

A equipe do Jornal Pequeno esteve na Universidade Ceuma e conversou com a gestora e coordenadores do curso de Medicina da instituição. Na ocasião, eles explicaram as mudanças realizadas no curso e falaram sobre as denúncias pontuadas pela estudante. Conforme a reitora da instituição, professora Cristina Nitz da Cruz, a mudança na estrutura curricular ocorreu somente para os alunos do primeiro período.

Do 2º ao 12° período do curso, houve apenas adequações que foram baseadas em solicitações dos próprios alunos, mas o que foi implementado é o que estava exatamente no projeto pedagógico do curso, e de acordo com as diretrizes curriculares do Ministério da Educação. “As atualizações de estruturas curriculares são normais. A medicina evolui e a gente tem de estar atento a essas mudanças do mercado. Toda mudança gera desconforto. Tivemos muitas reuniões com os alunos no ano passado, e sabemos que é difícil. Mas, a nossa obrigação é de dar um ensino de qualidade e dar aquilo que o nosso aluno está contratando”, explicou.

A reitora destacou que não houve atraso do calendário acadêmico. Uma mudança na legislação com relação ao início das férias dos professores fez com que os mesmos retornassem somente no dia 5 de fevereiro. “Não posso iniciar semestre antes de o professor voltar de férias. Mas isso não afeta, porque o calendário acadêmico deve ter 200 dias letivos, sendo 100 em cada semestre. O aluno tem que cumprir uma carga horária por disciplina e a gente pode contar que o aluno cumpre”, disse.

Sobre as demissões, a reitora frisou que alguns professores foram demitidos, sim, mas outros também pediram demissão. “A contratação dos novos educadores está ocorrendo e são tão bons quanto os que saíram”, garantiu Cristina Nitz. Segundo o coordenador do curso, Drº José Márcio Leite, nas questões envolvendo a denúncia de falta de aulas teóricas, não houve uma mudança abrupta, mas gradual e progressiva, que começa com os novos alunos do curso. “Mesmo este processo do 2º ao 8º período já trabalha há muitos anos com a metodologia ativa, que segue, dentro de um texto, sete passos até descobrir os objetivos do caso. O problema é levado para uma tutoria com dez alunos. Lá tutor é apenas o guia, mas não é um interventor, ele não dá mais aquela aula clássica e acaba tendo aí um choque cultural. É preciso se adaptar a uma divisão de pensamentos”, ressaltou o coordenador.

A professora Walquíria Lemos, coordenadora das aulas práticas, garantiu que ocorreu um equívoco no que foi denunciado pela estudante sobre a falta dessas aulas. “Desde o início, ficou identificado que os alunos do 2º ao 6º período necessitavam de um nivelamento de conhecimento com relação à Medicina de Família”, disse.

Segundo a professora, o aluno não será prejudicado em nenhum momento com relação às aulas teóricas e práticas, já que tudo foi calculado para que não se perca hora. “Foi preciso fazer esse preparo adequado não só dos alunos, mas também dos materiais que vamos utilizar. Um cronograma com todas as datas e turmas foi definido, e estranhei muito ela dizer que não sabia. A partir da segunda quinzena de março, os alunos começam a ir às unidades básicas de saúde, inclusive com transporte cedido pela instituição”, esclareceu.

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