Correios garantem que greve não afeta atendimento

Levantamento parcial mostra que 83% do efetivo total no Brasil está trabalhando regularmente.

Fonte: Luciene Vieira

A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada na segunda-feira (17) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal, garantiu a empresa, por meio de nota. Levantamento parcial, realizado na manhã dessa terça-feira (18), mostra que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.

A empresa informou que já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

FUNCIONAMENTO

A rede de atendimento dos Correios está aberta em todo o país e os serviços, inclusive Sedex e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios. Para mais informações, os clientes podem entrar em contato pelo telefone 0800 725 0100 ou pelo endereço https://apps2.correios.com. br/faleconosco/app/index.php

NEGOCIAÇÃO

A empresa afirmou que, “desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.

Os Correios ainda destacam: “Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios
e Similares (Fentect), por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”.

A Greve

No Brasil, os funcionários dos Correios entraram em greve na noite de segunda-feira (17). De acordo com Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Correios e Telégrafos (Sintect), não há prazo para o fim da paralisação. O secretário-geral do Sintect, Márcio Martins, informou que os grevistas são contra a redução salarial de até 20%, que já estaria sendo aplicada.

“Durante a pandemia de Covid-19, os Correios tiveram um aumento nos lucros de 30%, devido à demanda nos serviços prestados em meio ao isolamento social. Porém, mesmo assim, com lucros, a estatal quer reduzir salários. Ainda, não realizou mais concursos públicos, que é uma ‘bandeira’ sempre levantada pelo Sintect. Muitas pessoas reclamaram na demora na entrega de produtos durante a quarentena, e isso aconteceu devido os Correios não terem quantidade suficiente de funcionários”, informou.

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentec), os trabalhadores, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.

Segundo o site da federação, “foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras”.

PRIVATIZAÇÃO

Outro motivo da greve, segundo o site da Fentec e as declarações de Márcio Martins, é a possível privatização dos Correios e o aumento da participação dos trabalhadores no plano de saúde. Márcio informou ainda que as mobilizações da greve serão feitas por meio das redes sociais, e plataformas de vídeo, o que evita aglomerações, logo, disseminação do novo coronavírus.

“Estamos pedindo para os trabalhadores ficarem em casa, respeitando as medidas protetivas contra a Covid-19”, enfatizou Márcio.

COMPRAS E ENCOMENDAS

As empresas que vendem com entrega pelos Correios são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues no prazo contratado.

INDENIZAÇÃO

Se for o consumidor a contratar um serviço de entrega dos Correios e este não for prestado, ele tem o direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. E pode ir à Justiça pedir indenização caso haja dano material ou moral provocado pelo atraso.

CONTAS A PAGAR

As empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa ou depósito bancário, entre outras. Essas alternativas devem ser divulgadas amplamente, de forma clara.

Caso não receba os boletos bancários e faturas, por conta da greve, o cliente deve entrar em contato com a empresa credora, antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos, negativação do nome no mercado ou ter cancelamentos de serviços.

VENCIMENTO PRORROGADO

Caso o pedido por outro meio para pagar a conta não seja atendido, o consumidor poderá registrar sua reclamação no órgão de defesa do consumidor da sua região, sempre informando o número de protocolo dos contatos realizados com o credor. Segundo os órgãos de defesa do consumidor, se a empresa não disponibilizar essas formas alternativas para pagar, deve prorrogar o vencimento da conta.

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