Preso por usurpação, gerente de feiras livres afirma ter acordo para recolher dinheiro dos feirantes

Robson Martins Ferreira foi preso na Feira Livre da Praia Grande, no dia 4 do mês de setembro.

Fonte: Aidê Rocha

Quase dois meses depois de ter sido preso, em cumprimento a mandado de prisão temporária, acusado de usurpação de cargo público e formação de quadrilha, Robson Martins Ferreira, de 48 anos, segue tentando provar à Justiça que o trabalho realizado por ele, nas feiras livres da capital maranhense, é fruto de um acordo com os mais de 700 feirantes.

Ele foi preso no dia 4 de setembro, deste ano, quando cobrava a taxa de manutenção na Feira Livre da Praia Grande e levado ao Plantão Central das Cajazeiras. Na ocasião, os feirantes, protestaram contra a prisão e garantiram haver um acordo entre eles para prestação de serviço nas feiras.

Robson foi liberado, por meio de habeas corpus, 24 horas depois e chegou a dormir no Centro de Triagem de Pedrinhas. Por decisão da Justiça, ele está proibido de sair da cidade, sem autorização, e deverá estar recolhido em casa a partir das 18h.

Em entrevista ao Jornal Pequeno, Martins explicou que, desde 2018, ficou responsável entre os feirantes para gerenciar as feiras livres que funcionam na Praia Grande e nos bairros da Cohab, Vinhais, Renascença, João de Deus, Turu, Bequimão e Madre Deus. A cada edição das feiras, uma taxa é cobrada aos feirantes, de acordo com o que é vendido no dia.

“Essa taxa recolhida serve, principalmente, para pagar os funcionários que trabalham nas feiras. São 14 funcionários, entre eles tem carregadores e eletricistas, por exemplo. Esse dinheiro também é usado para realizar os reparos que sejam necessários nos locais”, garantiu.

Robson explicou, ainda, que não é funcionário da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa) e que não possui qualquer vínculo com a Prefeitura de São Luís. Todo o trabalho realizado nas feiras por ele e sua equipe ocorreria com autorização dos feirantes.

“Se não soubessem da minha índole, ninguém teria ido até a delegacia me defender e pedir minha soltura”, frisou.

A ajuda vinda da Semapa às feiras, esclarece Robson, ocorre, nos últimos seis meses, na questão do combustível e da manutenção dos veículos que fazem o transporte das bancas de um local para o outro, assim como na limpeza dos espaços.

Visando por fim à confusão com os órgãos municipais, o gerente disse que será criada uma cooperativa tanto para organizar o funcionamento das feiras livres quanto para garantir os direitos e benefícios dos trabalhadores do local.

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