Idosa diz ser ameaçada por vizinhos, em São Luís, e pede providências aos órgãos de segurança

Vítima tem dois boletins de ocorrência, registrados em 2020, mas afirma que a Polícia Civil foi inerte à sua situação.

Fonte: Luciene Vieira

Francisca Vieira, de 66 anos, procurou o Jornal Pequeno, nesta semana, quando informou que estaria sofrendo constantes ameaças por parte de um grupo de vizinhos. “Vim pedir socorro”, declarou a idosa. O caso ocorre em um sítio, no bairro Tibirizinho, zona rural de São Luís, e estaria se agravando nos últimos meses.

A vítima informou que já sofreu tentativa de estupro, e, constantemente, moradores da comunidade invadem sua propriedade para consumir drogas, furtar frutas do pomar, e praticarem atos obscenos. A idosa disse que é mãe de sete filhos, está viúva há 35 anos.

Por 20 anos, segundo a dona do sítio, o terreno, de 20 metros de largura e 60 de comprimento, esteve abandonado. Depois, Francisca voltou a morar nele sozinha. E, há algum tempo, dois de seus setes filhos se divorciaram e foram morar com ela.

“O meu sítio sempre foi cercado, há até um muro na frente. Acontece que ele era utilizado como ponto de consumo de droga e práticas obscenas, quando estava desocupado. Quando voltei a morar na minha propriedade, fui tida como um obstáculo para aqueles que usavam inapropriadamente o lugar. Depois de um tempo, começaram as ameaças”, informou a idosa.

BOLETINS DE OCORRÊNCIA

Francisca contou ao Jornal Pequeno que buscou, desesperadamente, por ajuda na Polícia Civil. Ao JP, ela apresentou dois boletins de ocorrência, registrados nos dias 9 e 23 de dezembro de 2020, no 11º Distrito Policial Civil do São Cristóvão.

“E, ainda assim, nada foi feito”, reclamou Francisca. Ela apresentou os boletins de ocorrência feitos na Polícia Civil, à reportagem. No primeiro documento, o auxiliar administrativo da delegacia escreveu apenas o seguinte: “Comunicante informa que, por duas vezes, um grupo de homens esteve na sua residência, sem a permissão dela. Ressalta que todas as vezes em que um determinado homem foi até à porta de sua casa, coincidiram com as datas em que a mesma recebeu o pagamento de benefícios”.

No segundo documento, assinado pelo mesmo auxiliar administrativo, o relato da ocorrência diz: “Comunicante informa que, à sua casa, apareceu um homem desconhecido em uma motocicleta vermelha, que disse ‘nós não matamos ela ainda devido ela viver de porta fechada”. Informa ainda que alguns suspeitos que rodeiam sua residência apedrejaram o cachorro de Francisca, e mataram uma cadela.

REDE DE PROTEÇÃO AO IDOSO DIZ QUE TOMARÁ PROVIDÊNCIAS

Após a visita da idosa, o núcleo de jornalismo do Jornal Pequeno procurou Isabel Lopizic, responsável pelo Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (Ciapvi), e Augusto Cutrim, que é promotor de Justiça de Proteção à Pessoa Idosa.

Isabel e Augusto garantiram que apurariam a situação da idosa, e tomariam as devidas providências.

Isabel Lopizic disse também que, nesta quinta-feira (15), acompanhada por uma equipe da Delegacia do Idoso, fará uma visita ao sítio da idosa, a fim de colher mais informações a respeito das denúncias feitas por Francisca Vieira.

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