14 trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão em Vargem Grande

Dentre as vítimas, havia uma mulher, dois menores e um senhor de 59 anos.

Fonte: Redação

14 trabalhadores mantidos em condições análogas à escravidão foram resgatados pela Polícia Civil do Maranhão. A ação policial ocorreu na noite dessa terça-feira, 13, na zona rural do município de Vargem Grande, distante 179 km da capital São Luís.

Segundo a polícia, os trabalhadores também foram vítimas do crime de tráfico de pessoas, ludibriados em sua terra de origem – interior do Ceará – e atraídos até Vargem Grande com a falsa promessa de alimentação, salários condignos, estadia e condições de trabalho salubres.

Ao chegarem à fazenda, as vítimas foram submetidas pelos prepostos de seus empregadores a uma jornada extenuante de trabalho (12 horas diárias), alojamentos insalubres, sem água encanada ou banheiros e alimentação precária (arroz, ovos e mortadela).

Muitos desses trabalhadores contraíram antecipadamente dívidas com seus empregadores a título de adiantamento, e por isso foram obrigados a trabalhar em outro estado nas condições em que foram encontrados. As vítimas só receberiam os respectivos salários quando retornassem ao Ceará, após três meses de trabalho, informou a polícia. Até lá, não tinham acesso a qualquer outro recurso, e por isso não poderiam de outra forma regressar às suas cidades de origem.

O cativeiro situava-se no Povoado Mucambo, e foi descoberto após três vítimas procurarem alimentos e ajuda nas casas daquele povoado. Moradores denunciaram o fato à Polícia.

Dentre as vítimas, havia uma mulher, dois menores e um senhor de 59 anos, que era obrigado a caminhar pelo matagal por até duas horas em busca da palha de carnaúba.

No local, foi preso um dos prepostos dos empregadores das vítimas, identificado pelas iniciais P.G.S., 41 anos, por participação nos crimes acima narrados.

A polícia informou que as investigações prosseguirão no sentido de identificar e responsabilizar os demais traficantes e agenciadores, que reduziram as vítimas à condição análoga a de escravos.

Os trabalhadores foram encaminhados à Secretaria de Assistência Social do município, onde receberam o devido amparo.

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