Artigo: Forças Armadas são de Estado, não de governo

Exército, Marinha e Aeronáutica fazem parte da estrutura de um país, não de um governo específico

Fonte: Letícia Bogéa

Exército, Marinha e Aeronáutica fazem parte da estrutura de um país, não de um governo específico. Mas não é dessa forma que vê o presidente Jair Bolsonaro, a partir do momento que “usa” a estrutura das Forças Armadas para receber um convite para prestigiar um treinamento que a Marinha realiza anualmente no Centro de Instrução da cidade goiana de Formosa. Veículos militares, como tanques e blindados, passaram, na terça-feira, 10 de agosto, pela Praça dos Três Poderes, em Brasília. Desde 1988, a Marinha realiza exercícios militares em Formosa. Porém, pela primeira vez, parte da tropa foi usada, como uma demonstração clara por parte do presidente de insegurança. Enquanto muitos acreditam que isso mostra força do chefe da Nação, avalio que a atitude, ao contrário, reflete total desconforto, insegurança e fraqueza, por não se garantir como presidente. Alguém já viu uma pessoa e/ou figura pública segura com esse tipo de postura? Obviamente, não. Logo, a conclusão não pode ser outra.

VOTO IMPRESSO
Coincidência ou não, o desfile aconteceu na data prevista para a votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso na Câmara. Difícil não imaginar que o presidente usou o artifício como uma forma de tentativa de intimidação contra deputados federais envolvidos com a votação da matéria.  O momento é extremamente inoportuno. Sem falar no gasto desnecessário com recursos públicos no desfile, em um momento de tanta instabilidade que o país atravessa.

NEM BOLSONARO, NEM LULA
Aproveitando, faço aqui uma rápida avaliação a respeito das eleições. Nem Bolsonaro, muito menos Lula. Trocar seis por meia dúzia não vejo como uma forma inteligente de mudar o rumo do Brasil. Estou entre os eleitores que defendem uma terceira via. Nunca votei no PT; tampouco em Bolsonaro. Creio que não errei nesse sentido. Não tenho dúvida de que muitos eleitores – os conscientes – que votaram no petista e no atual presidente hoje “choram” no travesseiro. Decepcionados com a gestão dos dois, gostariam de ver um novo nome na disputa em 2022. Espero ver um outro cenário. Que tenhamos opção viável para isso.

* (Letícia Bogéa – Jornalista; Editora do Jornal Pequeno)*

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