Mesmo com reajuste das passagens, negociação entre rodoviários e empresários segue sem acordo

Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, o movimento vai continuar, com possibilidade de paralisação geral no sistema.

Fonte: Redação

Na manhã dessa sexta-feira (25), a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), informou que os valores das passagens do transporte público da capital iriam sofrer reajustes, começando a valer a partir da 0h de domingo (27). As novas tarifas ficariam em R$ 3,90 para as linhas integradas e 3,40 para as linhas não integradas.

Já no período da tarde, foi realizada mais uma audiência de mediação entre rodoviários, empresários do setor de transporte e o poder público. A reunião aconteceu na sede do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA), no bairro do Calhau, e acabou terminando sem acordo, mesmo com o anúncio do reajuste das passagens, como exigiam os donos das empresas de transporte para que atendessem às reivindicações dos rodoviários.

Mais uma vez, o procurador do Trabalho Marcos Rosa presidiu a audiência, que teve participação por videoconferência do coordenador e do vice-coordenador nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis), do MPT, Ronaldo Lima e Jefferson Rodrigues.

SEM CONSENSO

Mesmo com avanços obtidos ao longo de duas semanas, não houve consenso e o impasse que envolve as cláusulas sociais e econômicas da convenção coletiva de trabalho dos rodoviários para a data-base de 2022 continua.

Antes da audiência dessa sexta-feira (25), houve três mediações no MPT-MA, nos dias 11, 22 e 24 deste mês. Em todas as oportunidades, o MPT buscou fomentar o diálogo entre os atores sociais a fim de solucionar o conflito trabalhista.

Além dos sindicatos dos rodoviários e das empresas de transporte, as tratativas envolvem representantes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), Secretaria de Governo de São Luís, Procuradoria do Município e Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB).

O MPT-MA informou que continua de portas abertas para negociação consensual entre patrões, empregados e o poder público.

SET NÃO APRESENTA PROPOSTA

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, mais uma vez, os diretores do Sindicato das Empresas de Transporte (SET) foram para a audiência sem uma proposta para apresentar aos Rodoviários e só teria demonstrado disposição em negociar, caso o município mantivesse o auxílio até então pago e concedesse o reajuste no valor das tarifas de ônibus.

A Prefeitura de São Luís reajustou o valor das tarifas de ônibus em R$ 0,20 e afirmou, durante a audiência, que continuaria repassando o valor de R$ 1.500.000 aos empresários.

“Mesmo após a Prefeitura de São Luís anunciar essas medidas, os empresários continuaram alegando não ter condições de atender às reivindicações dos trabalhadores. A patronal exige que, além do reajuste de 20 centavos nas tarifas, o auxílio no valor de R$ 4 milhões continue sendo repassado de forma integral. Caso contrário, de acordo com os próprios patrões, não haverá condições de avançar em nada, nas negociações”, revelou Marcelo Brito, presidente do Sindicato dos Rodoviários.

Ainda segundo Marcelo Brito, o Município, por sua vez, enfatizou que desta forma, já com o anúncio de aumento nas tarifas, seria inviável pagar o valor integral do auxílio que estava sendo disponibilizado.

Durante esta semana, pela quarta vez a audiência de mediação no MPT-MA terminou sem uma solução.

“Agradeço à disposição do MPT-MA, em discutir a questão e tentar propor uma solução para este problema, que tem afetado e muito os rodoviários. Todo esse impasse, só deixa claro a intransigência e o total desrespeito do SET com os trabalhadores. Sem dúvida, levaremos o teor desta audiência ao conhecimento dos nossos companheiros rodoviários. Os rumos deste movimento grevista, a categoria é quem vai decidir. Infelizmente, os empresários parecem querer brincar com a nossa cara, mas isso não será aceito. Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, o movimento vai continuar, com possibilidade sim, novamente, de paralisação geral no sistema”, alertou Marcelo Brito.

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