Infraestrutura precária em trechos da BR-135 causa transtornos diários aos motoristas

No trajeto entre Peritoró e Santo Antônio dos Lopes, além de Capinzal do Norte, os condutores de veículos enfrentam verdadeiras armadilhas.

Fonte: Luciene Vieira

Os motoristas precisam tomar cuidado, o tempo todo, em boa parte das rodovias federais que passam pelo Maranhão. Há problemas que exigem atenção redobrada, para que os condutores de veículos não se acidentem. Neste mês, o Jornal Pequeno recebeu imagens da BR-135, trecho entre as cidades de Peritoró e Santo Antônio dos Lopes, e do perímetro urbano de Capinzal do Norte. Nessas localidades, os obstáculos são os excessos de buracos, que transformam a viagem em um verdadeiro rali.

Quem passa com frequência pelo caminho reclama da confusão provocada pelas crateras e da sinalização precária. De acordo com Artur Rodrigues Filhos, de 69 anos, funcionário público da Receita Estadual, que mora em Barra do Corda, todo o asfalto precisa ser trocado.

“Não existe a possibilidade do famoso tapa buraco, as estradas têm mais remendo do que ‘casca de jabuti’”, reclamou Artur sobre as estradas estarem em frangalhos.

As rodovias já estariam todas remendadas, e os remendos dividem espaço com ondulações e buracos, e o estado geral do asfalto é ruim. O funcionário público informou que as crateras são incontáveis entre as cidades de Peritoró e Santo Antônio dos Lopes; e, também, no perímetro urbano de Capinzal do Norte.

“Sempre vou uma ou duas vezes por mês a São Luís, e cada viagem é uma surpresa desagradável. A estrada em Capinzal do Norte está deteriorada. No perímetro urbano da BR-135, quando fui à capital pela última vez, tinha uma carreta atolada”, destacou Artur.

O morador de Barra do Corda informou que os principais transtornos são acúmulo de carros em fila indiana, devido ao excesso de buracos; carretas passam lentamente; carros de passeio pequenos passam com muita dificuldade.

“Há carretas bitrens, que transportam soja, carros lentos, que dificultam ultrapassagens em trechos bons, por que eles andam em fila indiana, o que é proibido por lei”, frisou Artur.

Ele também citou que na BR-135, em Capinzal do Norte, não há sinalização adequada e o mato alto está invadindo a pista.

127 QUEBRA-MOLAS ENTRE BARRA DO CORDA E SÃO LUÍS 

Segundo Artur Rodrigues, há uma quantidade de quebra-molas exagerada entre Barra do Corda e São Luís. “Eu cheguei a contar 127 quebra-molas. Em Bacabeira, há um quebra-mola a cada dez metros. Não há necessidade alguma para a existência deles, por isso precisam ser retirados”, disse Artur.

TIME DO CRUZEIRO RECLAMA DA ESTRADA FEDERAL PARA TUNTUM 

Na quarta-feira (16), o time de futebol Cruzeiro reclamou para um site de notícias sobre o trajeto de mais de seis horas entre Teresina (PI) e Tuntum, no interior do Maranhão. Chuva, buracos na pista, trânsito intenso de caminhões e até a necessidade de um desvio na rota em função de um acidente foram os problemas relatados.

Na terça-feira (15), a delegação do Cruzeiro deixou Teresina às 14h para cumprir, de ônibus, o trajeto de pouco mais de 340 quilômetros até Tuntum. A previsão inicial de chegada era às 18h30. Mas alguns imprevistos acabaram atrasando o desembarque.

Para complicar, o ônibus que levava a delegação do Cruzeiro precisou desviar da rota inicialmente planejada devido ao tombamento de uma carreta. Depois de mais de seis horas de viagem, o Cruzeiro chegou a Tuntum às 20h10.

BURACOS TIRAM PRFS DA FISCALIZAÇÃO DE INFRAÇÕES 

De acordo com o inspetor Antonio Noberto, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as ocorrências envolvendo buracos tiram os policiais rodoviários federais da fiscalização de infrações e combate ao crime, e os levam para prestar auxílio e atendimento de acidentes.

“Às vezes, no acostamento, se formam filas de veículos com pneus furados/rasgados/ estourados por conta de um único buraco. Isto demanda a presença constante dos policiais, que precisam garantir ajuda e segurança aos usuários prejudicados”, declarou Antonio Noberto.

O inspetor citou que na BR-222, entre Miranda do Norte e Santa Inês, houve a recuperação asfáltica no fim do ano passado, mas o asfalto já começou a se deteriorar.

“São muitos buracos dificultando um trânsito seguro. As outras BRs também sofrem com o excesso de chuvas”, informou Antonio Noberto.

OUTRO LADO

Por meio de e-mail, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) se posicionou sobre a BR-135. “A BR-135, ligando Peritoró, Capinzal e Santo Antônio dos Lopes, remota à segunda metade da década de 1970 (1978), pavimentada pela EIT, em convênio do DER-MA com o DNER. O material da primeira pavimentação foi areia-asfalto usinada a quente.

Depois, em algumas reformas, como em 2014 (a última reforma, portanto há cerca de 8 anos, realizada pela CCM, empresa de Belo Horizonte) o revestimento passou a ser Concreto Betuminoso Usinado a Quente, sendo a base e a sub-base composta por material laterítico (piçarra).

Sobre a validade, tempo de garantia dos serviços, na forma da lei (Código Civil, art. 618), o prazo de garantia de qualquer obra de engenharia, incluso serviços com solos, é de 5 (cinco) anos. Portanto, à luz da Legislação, aquele recapeamento processado em até 2014, já tem garantia expirada.

Sobre a questão do sobrepeso, excesso de cargas, evidente que tais ocorrências aceleram o desgaste da via. O Dnit, no momento, toma medidas para coibir tal feito, porém, é cediço que as medidas são insuficientes para o combate ao excesso de peso. No momento, duas balanças estão sendo construídas no segmento da BR-135/316, informou o Dnit, por e-mail.

“O segmento Presidente Dutra Peritoró está sem cobertura contratual, sendo que tramita na Superintendência Processo Licitatório, agendado para terça-feira, dia 22 de março. Foi processado processo licitatório antes, de forma o segmento não ficar sem cobertura, mas, por razões alheias ao DNIT, posto que foi causado por uma das licitantes. Caso não haja nenhuma alteração por força de alguma decisão judicial, o Processo licitatório deve ser concluído em cerca de 40 dias, quando será possível a recuperação da via.

No caso de lombadas físicas, a Superintendência Regional do Dnit no Maranhão, inclusive após comando exarado pela Procuradoria da República, vem reduzindo o número de lombadas físicas.

No caso do segmento da BR-135, sempre que alguma restauração é feita, retira-se as lombadas inadequadas, não sendo possível se agendar data de retiradas, principalmente pela pressão popular, dos lindeiros”, concluiu o Dnit.

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