Jovem é morto pelos amigos de infância após briga por celular

Cinco agressores confessaram participação no crime, mas vêm trocando acusações na delegacia.

Fonte: Redação / Luã Marinatto e Paolla Serra

O corpo de um adolescente de 17 anos foi encontrado nessa quarta-feira, 13, no Rio Guandu, na Zona Oeste do Rio, após ele ter sumido desde o último domingo, 10. De acordo com as investigações da 36ª DP (Santa Cruz), Cauã Neres das Chagas foi assassinado por cinco amigos de infância, depois de uma briga por conta de um celular.

Quatro rapazes estavam em um depósito de bebidas do bairro, no último sábado, 9, quando Cauã chegou por volta das 22h30, acompanhado de mais um colega. O grupo ficou bebendo no local até três da manhã, e seguiram para outro bar.

Em dado momento, o grupo, que ouvia música no carro de um deles, foi abordado por uma viatura da Polícia Militar, que solicitou a diminuição do som e checou a documentação de todos. Um dos rapazes notou que seu celular, onde estava armazenada a habilitação digital, havia sumido.

Pouco depois, Cauã encontrou o aparelho, os outros o acusaram de estar tentando disfarçar uma tentativa de furto do celular. Segundo os depoimentos colhidos pelos investigadores, os amigos decidiram “dar um susto” no adolescente, como uma punição pelo suposto crime.

Cauã teria sido espancado dentro do carro, e ficou bastante machucado com as agressões. Receosos de que a vítima os denunciasse, os agressores resolveram, então, enforcá-lo com um casaco.

Em seguida, o grupo jogou o jovem no Rio Guandu, sob um viaduto na Rodovia Rio-Santos. De acordo com a polícia, para evitar que o corpo boiasse, foi feito um corte na barriga com uma faca, e uma pedra pesada foi inserida dentro da incisão. A 36ª DP pediu a prisão dos cinco envolvidos, mas a Justiça do Rio não se manifestou até o momento.

De acordo com a Polícia Civil, todos os agressores, que permanecem na delegacia, confessaram participação no crime, mas vêm trocando acusações sobre o grau de responsabilidade de cada um no espancamento, no homicídio e também na concepção do crime. Nenhum deles tinha passagens anteriores pela polícia, assim como o próprio Cauã.

De acordo com o delegado Fabio Luiz Da Silva Souza, titular da 36ª DP, a investigação prossegue para que seja possível particularizar as condutas dos envolvidos. Foi um deles que apontou às autoridades, nessa quarta-feira, o ponto exato onde o corpo foi abandonado.

Tanto Cauã quanto os assassinos moram numa região conhecida como Beco do Camarão, em Santa Cruz. Desde que o filho não retornou para a casa, a mãe da vítima, Vanessa Neres das Chagas, procurou a polícia e iniciou uma campanha nas redes sociais, em que pedia informações sobre o paradeiro do adolescente. “Por favor, quem viu meu filho entre em contato. Saiu de casa desde ontem e não apareceu. O celular está desligado”, dizia uma das mensagens compartilhadas várias vezes pela mulher.

Nesta quarta-feira, contudo, Vanessa compartilhou uma imagem em que comunicava que o filho havia sido “localizado em óbito”. Em seguida, ela publicou uma montagem com as fotos dos assassinos: “Foram esses cinco que fizeram a crueldade com meu filho”, escreveu.

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