Como brasileiros que estão negativados conseguem empréstimo

Essa falta de dinheiro e o aperto financeiro profundo deixaram o psicológico de boa parte da população em “pedaços”

Fonte: Conteúdo Especial

A pandemia da Covid-19 provocou impactos diretos no emprego e na economia dos brasileiros. Em 2020 o país teve a maior queda do Produto Interno Bruto (PIB) na história recente.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope e pelo Unicef, no auge da crise epidemiológica, mostrou que a pandemia afetou a qualidade e a quantidade de comida que as crianças e adolescentes brasileiros estão consumindo. Segundo esse levantamento, cerca de 21% dos entrevistados disseram que vivenciaram momentos em que os alimentos acabaram e não havia dinheiro para comprar mais.

Entre os que vivem com crianças e adolescentes em casa, esse percentual foi de 27%. 6% disseram que a única saída foi deixar de comer, o que representa cerca de nove milhões de brasileiros deixando de realizar alguma refeição por falta de dinheiro. Nos lares com crianças e adolescentes, esse percentual sobe para 8%.

Uma outra pesquisa, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, apontou que cerca de 32% da população não possui renda suficiente para arcar com os custos básicos de casa. Outros 28% dos entrevistados revelaram não serem capazes de lidar com despesas inesperadas.

De acordo com Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa, as pessoas voltaram a trabalhar, mas fica uma dose de incerteza. Segundo ele, nunca é a mesma colocação, o mesmo salário. Em geral, tudo é mais precário. E isso prolonga o estresse financeiro.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que com o orçamento apertado, mais da metade dos brasileiros reduziram as despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar.

“A pandemia de Covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos. Ao menos estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população – o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Nessa mesma esteira, o setor de alimentos também vem sofrendo. Com o preço nas alturas, muitos brasileiros acabam não comprando tudo o que colocam no carrinho de supermercados. O corte na compra ocorre na boca do caixa, quando o valor da conta passa do previsto. A saída tem sido abandonar itens básicos, como óleo de soja, e supérfluos, como refrigerantes.

Essa falta de dinheiro e o aperto financeiro profundo que muitos estão passando deixaram o psicológico de boa parte da população em um enorme estresse.

A Associação Americana de Psicologia mostrou recentemente que, em 2022, a inflação alta entrou para a lista das questões que mais causaram estafa no ser humano. O incômodo causado pelo bolso vazio atingiu os níveis mais altos desde 2015.

Em 2019, 73% dos brasileiros indicaram a incerteza financeira como principal fonte de tensão. Em 2021, a parcela subiu para 78%.

Diante de todo esse cenário desafiador, uma saída para muitos brasileiros foi recorrer a empréstimos. Porém, ao recorrer a essa modalidade, muitos acabam esbarrando em um outro problema. A falta de dinheiro acaba fazendo com que as contas acabem ficando atrasadas. Isso gera a restrição do nome da pessoa nos órgãos de proteção ao crédito.

Estar negativado ou com score baixo, fecha muitas portas, inclusive de empregos (apesar da prática ser ilegal, muitas empresas consultam o cpf antes de contratar). Diante desta situação, despontam empresas que proporcionam empréstimo pessoal para quem está negativado.

E, para tentar auxiliar ainda mais esses brasileiros, muitas empresas já utilizam a modalidade de empréstimo online, onde o usuário envia o pedido, recebe a resposta e, em muitos casos, em 30 minutos o dinheiro é depositado na conta informada.

Cuidados para não ser vítima de golpes

Porém, é preciso cuidado para não cair em golpes. Muitas falsas empresas estão se aproveitando da situação financeira da população para tentar lucrar em cima do desespero.

  1. Quem vai fazer empréstimo em hipótese alguma deve fazer depósito antecipado. Essa prática é ilegal. Os golpistas se aproveitam do consumidor oferecendo dinheiro de forma rápida e fácil. Em ofertas vantajosas, o consumidor deve triplicar os cuidados. Esta conduta não é adotada por nenhum banco, financeira ou agentes de crédito idôneos.
  2. Antes de adquirir o empréstimo, pesquise as informações cadastrais da empresa, como o CNPJ, e verifique a segurança do site. Uma dica é ver se na URL há a “https://”, que garante maior segurança.
  3. Com uma simples busca na internet é possível verificar a reputação da instituição, a opinião e as experiências de outros consumidores. Checar em sites de reclamação e redes sociais também é uma boa alternativa.
  4. Ter o contrato do empréstimo em mãos é fundamental, uma vez que ele reúne todas as informações da transação financeira e vale como uma prova na Justiça.
  5. Evite passar seus dados pessoais por telefone. A contratação de um empréstimo precisa garantir toda a segurança necessária para que as informações não sejam vazadas. Nunca passe a senha do banco ou de seus cartões.
  6. Sempre em caso de golpe, faça um boletim de ocorrência e realize o pedido de novos documentos.
  7. Caso decida pelo empréstimo, faça uma avaliação cuidadosa. Questione as vantagens oferecidas e procure a instituição financeira para se certificar que a taxa de juros irá baratear o crédito sem alterar as demais condições do contrato.
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