Realizada segunda audiência de instrução sobre a morte de drag queen

Audiência aconteceu na sala da 2ª Vara do Júri, do Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís.

Fonte: Pedro Viana, estagiário do JP

Aconteceu na tarde da última quarta-feira (22) a segunda audiência de instrução sobre o assassinato de Pedro Antônio Oliveira dos Santos, que atendia pelo nome social de Paula Ferraz. A primeira audiência aconteceu no dia 18 de agosto deste ano.

A instrução processual durou cerca de uma hora e contou com a presença de três familiares, membros do Ministério Público (acusação) e da Defensoria Pública (Defesa). Os dois acusados participaram da audiência por videoconferência.

O principal suspeito de ter atirado contra a vítima, Genilson da Silva Reis – o Gege, está preso em Lavínia (São Paulo) e permaneceu em silêncio.

O segundo, suspeito de ocultação do cadáver, Ismael Torres Gonçalves, que está preso no município de Palmeirândia, negou as acusações.

“Paula Ferraz trabalhava como cabeleireira, não devia nada na justiça e também não tinha antecedentes criminais. Paula foi assassinada por ser homossexual, mataram ela por homofobia; era usuária de drogas, mas não mexia com ninguém, foi vítima de uma emboscada, mas, espero que os assassinos sejam punidos”, relatou o pai da vítima, que optou por não ser identificado.

O caso também vem sendo acompanhado desde o início pelo ativista do movimento LGBT Jefferson Taylor França Ribeiro, que estava na audiência e destacou a importância da instrunção.

“Não foi só uma drag, foi uma vida ceifada de forma cruel, e hoje temos uma lei que combate a homofobia. Ver um caso como esse podendo ser julgado no Maranhão, que é o quarto estado que mais mata LGBTs no Brasil, é um avanço; não só para a família, mas também para a comunidade LGBT”, desabafou.

Sobre a audiência do julgamento dos acusados, o juiz que acompanha o caso, Marco Adriano Fonseca, da 2ª Vara do Júri, comentou que depois dessa audiência será apresentada as alegações finais pelas partes, para a conclusão da instrução.

“Após esta conclusão processual, será proferida em seguida uma decisão, admitindo ou não que este processo seja submetido ao Tribunal do Júri, a chamada decisão de pronúncia”, explicou.

RELEMBRANDO O CASO

A drag queen Paula Ferraz, de 27 anos, foi assassinada e enterrada em uma cova rasa, no bairro Vila Isabel Cafeteira, na região da Cohab, no dia 16 de julho de 2020, após ser morta com um tiro na cabeça.

O principal suspeito pelo homicídio, Genilson da Silva Reis, foi preso quatro dias depois do crime, pela Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídio e Proteção à pessoa (SHPP).

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