Os casos de COVID na Europa estão aumentando novamente – o esperar até ao final de 2022?

Com o número de casos de COVID aumentando, a ansiedade cresce. Será mais uma rodada do mesmo este ano? Aqui apresentamos uma análise do que está acontecendo

Fonte: Da redação

Para muitos de nós, o final do ano que passou seria muito especial. A diferença do 2020, onde muitas pessoas do mundo todo estavam em confinamento, no final do ano 2021, pensávamos que já podíamos começar a relaxar um pouco e começar a planejar um final de ano novamente com os nossos familiares e amigos e organizar as festas, preparar ou comprar comidas, embrulhar os presentes, entre outros. 

Desafortunadamente a Ômicron apareceu, e parecia estarmos de volta à estaca zero. Apesar dos altos níveis de vacinação em toda a Europa, os índices dispararam e muitas pessoas estiveram confinadas durante o Natal.

Com o número de casos de COVID aumentando, a ansiedade cresce. Será mais uma rodada do mesmo este ano? Aqui apresentamos uma análise do que está acontecendo.

 

Quanto aumentaram os índices?

Os índices aumentaram cerca de 14% no Reino Unido e 17% na Bélgica. As hospitalizações estão subindo a um ritmo muito mais lento, mas estão em aumento, embora não exatamente nas mesmas velocidades vistas anteriormente na pandemia. 

 

No entanto, estes índices são considerados ainda mais altos do que o previsto. Isto porque a maioria das pessoas agora testa com um LFT, ou teste rápido. Estes testes podem ser adquiridos em drogarias e mostram resultados em apenas 15 minutos. Enquanto alguns governos solicitam que as pessoas informem os resultados dos testes de fluxo lateral, muitas pessoas não o fazem.

 

Além disso, os testes gratuitos não estão mais disponíveis na maioria dos países, portanto, muitas pessoas que podem ter o vírus não fazem o teste, pensando que os sintomas são apenas de uma constipação comum (quando vacinada, a COVID causa sintomas semelhantes a um resfriado).

 

O que isto significa para o mundo? 

A boa notícia é que se você for vacinado três vezes, as chances de ficar seriamente doente com a COVID são baixas. No entanto, ainda há uma grande chance de contrair o vírus – mas você provavelmente experimentará alguns sintomas semelhantes ao resfriado comum por alguns dias, o que é controlável. 

No final do mês de setembro no Reino Unido, 7.000 pessoas estavam no hospital com o vírus. Mas estima-se que 60% (4.200 pessoas) estavam sendo tratadas por outras razões e não por COVID. Isto se compara dramaticamente aos dias de janeiro de 2021, quando quase 2.000 pessoas estavam morrendo todos os dias. 

No entanto, algumas pessoas que estão mais em risco ainda podem ser suscetíveis a sérios surtos da doença. Portanto, é importante que estas pessoas tenham um reforço extra da vacinação, se necessário. Alguns podem também tentar evitar espaços lotados e confirmar que as pessoas ao seu redor estão testando negativo regularmente.

Uma coisa com a qual alguns médicos estão muito preocupados é a possibilidade de uma “twindemia”; eles estão preocupados de que os índices da gripe possam ser piores este ano do que anteriormente. Portanto, os especialistas estão aconselhando as pessoas dos grupos de risco a serem vacinadas contra a gripe, e tomar o reforço contra a COVID, se aplicável. 

 

Os índices aumentaram em todos os lugares? 

 

Embora, esta última tendência tenha sido observada principalmente na Europa, durante a pandemia as tendências tendem a se espalhar. Originalmente, o vírus estava concentrado na Ásia Oriental, depois atingiu a Europa, e depois as Américas. 

Portanto, embora agora os índices pareçam estar aumentando principalmente na Europa, é provável que isso corresponda a um aumento em outros lugares do mundo, particularmente em países sem restrições nas fronteiras. Entretanto, os países do Hemisfério Sul, como o Brasil, podem evitar este aumento, pois acabaram de passar por um inverno.

 

Por que os índices subiram?

Já são quase três anos desde que a pandemia começou, e é comum que os índices aumentem nas temporadas frias do ano. O SARS-CoV-2, o vírus que causa o Coronavírus, tende a prosperar em condições mais frias, muito parecidas com o resfriado e a gripe comum. Nestas épocas geralmente as pessoas passam mais tempo dentro de casa e não ao ar livre.

É claro que isto não significa que o vírus não aconteça em condições mais quentes, como demonstrado pelos altos índices de COVID em países como o México, que geralmente é bastante quente. 

Os índices também aumentaram simplesmente porque existem muito menos restrições hoje em dia. Alguns países, como Itália e Alemanha, ainda têm mandatos de uso de máscara, mas muitos, como Reino Unido e Hungria, se livraram de todas as suas exigências há muito tempo. Em São Paulo, o uso de máscara em transportes públicos deixou de ser obrigatório recentemente.

Durante os períodos de confinamento, e mesmo nesta época no ano passado, as pessoas estavam evitando situações sociais, faziam noites de pub virtuais via Zoom, e trabalhavam remotamente. Desde então muita coisa mudou graças ao sucesso das vacinas, e a vida na Europa voltou em grande parte ao normal. Quase não há restrições nas fronteiras, a maioria dos países não exige mais o uso de máscaras e as pessoas estão passando menos tempo no Zoom e nos cassinos online, e mais tempo em festas e boates.

Será que os índices aumentarão ainda mais? 

Espera-se que, à medida que o tempo fique mais frio, os índices de COVID aumentem. Mas considerando que grande parte da Europa está totalmente vacinada, isto pode significar que não haverá um aumento no número de hospitalizações e mortes como nos anos anteriores. 

De certa forma, isto já aconteceu com a Ômicron no ano passado, quando as pessoas estavam se preparando para passar mais Natal em confinamento, mas acabou sendo mais ameno e com menos restrições, em grande parte graças à quantidade de pessoas que foram vacinadas e, felizmente, a maioria dos infectados teve casos leves. 

Contudo, algumas medidas estão sendo postas em prática para combater o possível aumento dos índices, incluindo as doses de reforço da COVID que estão sendo oferecidas às pessoas vulneráveis. No Brasil, a partir de agosto deste ano, 15 estados começaram a oferecer uma segunda dose de reforço para pessoas a partir de 40 anos, e neste passado 16 de setembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a vacinação de crianças entre seis meses e quatro anos de idade.

 

O Natal será cancelado? 

É improvável que o Natal deste ano seja cancelado. Muitas pessoas estão vacinadas e a maioria das infecções são agora leves. O que existe é a chance, embora baixa, de que mandatos de uso de máscara e outras precauções entrem em ação – especialmente porque alguns países, como os Emirados Árabes Unidos, acabaram literalmente de se livrar deles.

Portanto, enquanto os índices de COVID estão aumentando, a situação não é tão desalentadora quanto nos anos anteriores. Apesar desse aumento, é bem provável que você passe as festas do final de ano com seus seres queridos. Mas não esqueça de fazer um teste caso você apresente sintomas e lembre que a COVID ainda pode ser perigosa para algumas pessoas vulneráveis.

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