Eliziane Gama critica ausência de mulheres na Mesa do Senado em mais uma eleição

Líder da Bancada Feminina, senadora lembrou que há 10 anos não tem uma mulher na Mesa Diretora da Casa.

Fonte: Gil Maranhão

“É inadmissível a ausência de mulheres na Mesa do Senado. Temos 10 anos sem mulher na titularidade da Mesa do Senado Federal. Nós vamos para 12 anos”. A crítica, em tom de desabafo, foi da líder da Bancada Feminina do Senado, Eliziane Gama (PSD-MA), durante a votação dos nomes dos demais componentes dos cargos da nova mesa que vai comandar os trabalhos na Casa nos próximos dois anos.

Mesmo com bancada de 15 mulheres na atual legislatura, a nova Mesa do Senado Federal eleita nessa quinta-feira (2) não conta com nenhuma parlamentar. O mesmo ocorreu na legislatura passada.

A senadora maranhense revelou que pretendia concorrer à Mesa do Senado, mas como trocou de partido – deixou o Cidadania e se filou ao PSD na terça-feira (31/01) – ficou impedida de continuar pleiteando a vaga porque seu atual partido já havia sido contemplado no acordo da chapa com indicação do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na composição dos cargos.

“Mas eu quero antecipar e deixar aqui registrado que, na próxima rodada de Mesa Diretora do Senado [em dois anos], não tem mais essa. Nós vamos participar, sim, como titular. Vocês sabem que nós temos dez anos sem mulher na titularidade da Mesa do Senado Federal. Nós vamos para doze anos. Então, não podemos, na verdade, perpetuar uma Mesa totalmente masculina. Não vou nem citar o nome machista, não, mas uma Mesa masculina”, afirmou.

MAIS PROTESTOS

Outras senadoras também criticaram a ausência de mulheres na nova Mesa. A Procuradora Especial da Mulher do Senado, Leila Barros (PDTDF) cobrou maior participação das mulheres nas decisões do Senado.

“Venho reiterar aqui a ausência de uma figura feminina na Mesa do Senado Federal”, disse “Peço apenas a reflexão de todos os senadores, dos líderes dos partidos, porque sei que são os ritos da Casa, mas ainda seguimos com uma grande dificuldade de entendimento desta Casa quanto à participação das mulheres dento dos processos de decisão aqui… Estamos no século 21, e não é mais possível que toda vez que se tem um processo nesta Casa uma senadora tenha de se levantar e dizer presente. Nós existimos!”, disse durante a votação.

A senadora Soraya Thronicke (União-MS) também protestou com a falta de sensibilidade dos partidos nas indicações de mulheres para os cargos da Mesa. Rodrigo Pacheco concordou com a argumentação das senadoras e se comprometeu a dar a uma mulher a presidência da Comissão Permanente de Defesa da Democracia, que ele pretende criar na Casa.

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