Governador aposta na exploração de petróleo e gás na Bacia Pará-Maranhão

Refinaria de Bacabeira também pode ser retomada, conforme ressaltou Carlos Brandão.

Fonte: Aquiles Emir / O Liberal

O governador Carlos Brandão está convencido de que a Petrobras vai dar prioridade à exploração de petróleo e gás nas bacias Pará-Maranhão e Pará-Amapá, onde, segundo ele, existem reservas que podem ser maiores do que o Pré-Sal, descoberto no litoral do Sudeste. Para Brandão, a descoberta e a exploração desse potencial podem trazer grandes receitas para o estado, principalmente no que fiz respeito aos royalties.

A manifestação do governador foi na coletiva de imprensa que antecedeu à solenidade de abertura dos trabalhos legislativos na Assembleia do Maranhão, nesta quinta-feira (02). Ele disse que o presidente Lula estaria disposto a fazer esse investimento, bem como retomar o projeto da Refinaria Premuim I, no município de Bacabeira.

O novo pré-sal, como denomina Carlos Brandão, estaria na região denominada Margem Equatorial, composta por cinco bacias sedimentares: Amapá Águas Profundas, Foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, em que é possível a exploração de petróleo a até 3 mil metros de profundidade.

Esse território tem despertado o interesse de petroleiras em todo o mundo desde a última década, quando foram detectadas as primeiras reservas na Guiana Francesa. Atualmente, o país já conta com 19 descobertas confirmadas, em que se espera a produção total de mais de 9 bilhões de barris.

No caso da parte brasileira da Margem Equatorial, ainda não há dados precisos, apenas projeções, mas que servem de motor para o entusiasmo de que a região receba novos investimentos em breve.

Uma nota técnica assinada por Allan Kardec Dualibe Barros Filho, professor da Universidade Federal do Maranhão e ex-diretor da AgênciaNacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Ronaldo Gomes Carmona, professor da Escola Superior de Guerra (RJ); e Pedro Victor Zálan, presidente de uma consultoria em exploração de petróleo é menos conservadora.

O trabalho afirma que a bacia do Pará-Maranhão é a mais promissora da margem equatorial, chegando mesmo a chama-la de “novo pré-sal” por conta das reservas petrolíferas potencialmente recuperáveis.

De acordo com os pesquisadores, o potencial na região seria da ordem de 20 a 30 bilhões de barris, o que equivale à metade do que já foi descoberto até hoje no pré-sal, o que traria benefícios para os estados do Amapá, Pará e Maranhão com o recebimento de tributos e royalties e com o desenvolvimento industrial e do setor de serviços.

“A exploração e produção desta riqueza traria grandes benefícios para o desenvolvimento nacional e em especial para os Estados do Arco Norte do território nacional. Tal usufruto tem sido postergado e negado a esta rica região do território brasileiro, submetida, paradoxalmente, a níveis de desenvolvimento relativamente baixos em relação ao Sul e Sudeste do país, em grande parte derivado de restrições ambientais sem fundamento técnico”, destaca a nota.

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