Comissão avalia atentado contra comunidade tradicional no interior do Maranhão

Cerca de 15 homens armados chegaram em uma van e dois tratores e atearam fogo nas casas.

Fonte: Redação / O Informante

A Comunidade Tradicional Baixão dos Rocha, localizada no município de São Benedito do Rio Preto (MA), distante 251 km de São Luís, foi vítima de um atentado nesse domingo, 19. Cerca de 15 homens armados chegaram em uma van e dois tratores e atearam fogo nas casas.

Idosos, crianças e familiares foram expulsos de suas casas e saíram sob ameaças. Há ainda relatos de pneus de motos furados, morte de cachorros, galinhas e outros animais. Os alimentos em estoque da comunidade teriam sido saqueados.

Reintegração por conta própria

A situação é de extrema violência contra as famílias. O relato foi feito por agentes do Programa de Assessoria Rural da Diocese de Brejo, que acompanha o conflito.

Segundo apurou O blog INFORMANTE, um fazendeiro que se diz dono da área teria conseguido uma liminar judicial e agiu por contra própria, contratando os invasores.

Governo toma medidas

O governador Carlos Brandão informou que enviou uma comissão à comunidade para avaliar a situação. Representantes da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e Instituto de Terras do Maranhão (ITERMA), se deslocaram até a região para avaliar a situação e tomar as devidas providências.

Segundo apurou o blog O INFORMANTE, sobre o problema, o Iterma já havia tomado todas as providências quanto à identificação da área da comunidade e feito o georreferenciamento.

Foi feita análise cartorial das matrículas da empresa e, segundo o Iterma, foi identificado que não existe origem; ou seja, as matrículas seriam frias.

“Tentamos conversar com a empresa, mas eles se negaram”, informou um assessor do Interna. “Solicitamos o cancelamento das matrículas no processo judicial, o juiz encarregado do processo deu prazo de 15 dias para manifestação da empresa, e esse prazo encerra amanhã, segunda-feira, 20”, completou.

Segundo ainda o Instituto de Terras do Maranhão, a empresa obteve, na sexta-feira, 17, por meio de agravo, uma decisão liminar suspendendo a decisão anterior que a impedia de fazer qualquer ação sobre as roças e casas. O Iterma não foi intimado.

Mesmo com o mandado, não houve acompanhamento dos agentes públicos na ação. A empresa agiu por conta própria.

A Secretaria da Segurança acompanha o caso desde a madrugada. A polícia acredita que está havendo um certo exagero por parte de entidades que denunciaram a invasão. Citam, por exemplo, notícias de incêndio e morte de animais. “Se tivesse ocorrido, eles teriam estampado nas fotos. Houve destruição, nas fogo, morte de animais e idosos reféns, isso acreditamos que não aconteceu”, afirmou a fonte a O INFORMANTE.

Quatro detidos

O major Fábio, da Polícia Militar, que acompanha a situação na área, deteve quatro funcionários da empresa reclamante do terreno. Eles não estavam nas ações da madrugada contra a comunidade.

Os quatro funcionários foram detidos no local onde um trator ficou atolado, tentando resgatar a máquina.

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