Obra do Entreposto Pesqueiro de São Luís está atrasada há 9 meses 

Por meio de nota, a Agência Executiva Metropolitana (Agem) esclareceu que os serviços de construção do Entreposto Pesqueiro prosseguem

Fonte: Luciene Vieira
Foto: Francisco Silva

Obras do Entreposto Pesqueiro, que irá substituir à antiga Feira do Portinho, na Avenida Vitorino Freire, região do Anel Viário, em São Luís, estão atrasadas há nove meses.

A construção do espaço deveria ter sido entregue em agosto de 2022. A unidade deve atender 112 feirantes, sendo 80 marisqueiros, 12 vendedores de hortaliças, seis tratadores e 12 do ramo de lanchonetes.

O Entreposto Pesqueiro começou a ser construído faz um ano e meio, mais precisamente em outubro de 2021, com a previsão de entrega para agosto de 2022. A obra orçada em R$ 17.029.279,00 está sendo feita com recursos do Tesouro do Estado, tendo à frente da obra a construtora Pavirrol Engenharia.

A revitalização do local está sob a responsabilidade da Agência Executiva Metropolitana (Agem), em parceria com a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid).

Os serviços no espaço de 12.314,70m² incluem drenagem, fundações e superestrutura em concreto armado. Há também a pavimentação, vedações, pisos e revestimentos, cobertura em estrutura metálica, instalações hidráulicas, sanitárias e elétricas. Desde a semana passada, o Jornal Pequeno monitora o fluxo de trabalhadores na obra, mas nenhum serviço foi verificado neste espaço de tempo.

Houve apenas um dia em que foi registrada a presença de um homem no local, mas não foi possível saber se ele seria um operário ou apenas vigilante. Nessa quarta-feira (3), a equipe do jornal esteve de volta ao local, e mais uma vez a movimentação no logradouro era quase inexistente, sendo observados somente quatro trabalhadores em todos os 12.314,70m² do espaço, aparentemente, implantando parte da estrutura metálica que irá sustentar o telhado do entreposto.

GALPÃO TEMPORÁRIO

Enquanto a obra segue em ritmo lento, os feirantes do Portinho foram remanejados para um espaço do Aterro do Bacanga, que é um galpão temporário, onde ainda conseguem trabalhar, mantendo suas caixas de armazenamentos dos pescados e mariscos cobertas por lonas, no fim das vendas diárias. Se a obra já estivesse finalizada, os feirantes já teriam saído do lugar provisório e retornado para o Entreposto Pesqueiro. No galpão, também ficam os balanceiros, que é quem recebe e repassa os pescados para os vendedores do Portinho e de outros mercados da Grande Ilha. O galpão temporário abrigaria 120 balanceiros, com telhado metálico e piso em concreto.

“Neste espaço, eles terão maior segurança para desenvolver as atividades que eles atualmente realizam em uma área inadequada, o que garante mais segurança para eles e para os consumidores”, foi informado pela gestão da Agem, em novembro de 2021. Outro setor que faz parte do complexo do Entreposto Pesqueiro é o chamado trapiche, espaço próximo à área onde os barcos fazem a carga e descarga de pescados, que já está finalizado. Foi construído em madeira, com altura adequada ao que a maré alcança quando está cheia.

PREJUÍZO NAS VENDAS

De acordo com Manoel da Paixão da Costa Romeu, presidente da Associação dos Distribuidores de Pescados e Mariscos de São Luís (ADPMASL), a entidade tem conversado com o governo do Estado, a fim de conseguir que a obra seja retomada e finalizada o mais rápido possível, pois os feirantes estão sendo prejudicados, devido às instalações precárias nas quais estão vendendo seus produtos. “Temos um bom diálogo, Associação e Governo, e temos uma esperança que até o fim do ano estejamos com a obra concluída. Temos tido prejuízos, pois a nossa venda no galpão provisório caiu muito, uma vez que o galpão fica por trás da construção. Devido estar recuado, as pessoas não se aproximam muito, já não procuram o Portinho”, informou Manoel da Paixão.

SITUAÇÃO PRECÁRIA

A construção do Entreposto Pesqueiro é um projeto para acabar com a situação precária que se instalou na antiga Feira do Portinho. O espaço tinha esgoto a céu aberto, sujeira, restos de comida no chão e a presença constante de urubus. Além da sujeira, outro problema no local era a presença de pessoas em situação de rua e dependentes químicos. No final da venda de peixes, o espaço passava a ser ocupado por pessoas em situação de rua e dependentes químicos, que buscam abrigo e comida, o que dificultava mais ainda a limpeza do lugar, por causa do acúmulo de lixo e restos de comida, que eram deixados por eles.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a Agência Executiva Metropolitana (Agem) esclareceu que os serviços de construção do Entreposto Pesqueiro prosseguem e que “não houve paralisação da obra”.

A Agem informou que “o projeto passou por adaptações exigidas para adequá-lo às normas exigidas pela Vigilância Sanitária e que são aplicadas aos espaços caracterizados como entrepostos pesqueiros, o que ocasionou um atraso no calendário inicial”.

A Agem comunicou, ainda, que “o período chuvoso provocou a necessidade de outros ajustes no cronograma, de forma que, os serviços estão sendo executados de forma mais lenta e/ou postergados para o término do período chuvoso”.

Fechar