Assassinato do delegado Stênio Mendonça completa 26 anos nesta quinta-feira, dia 25

Stênio investigava um bando que era protegido por pistoleiros, policiais, empresários e políticos.

Fonte: Manoel Santos Neto

No dia 25 de maio de 1997, um domingo, mais ou menos às 11h30, o delegado Stênio Mendonça saiu de sua casa no Cohafuma, dirigindo um Fiat Tipo cor vinho. O policial rumou para a Avenida Litorânea, na Praia de São Marcos.

O delegado Stênio Mendonça foi executado a tiros, no dia 25 de maio de 1997 (Foto: Reprodução)

Confiando num telefonema que recebera, ele estava certo de que uma pessoa lhe repassaria informações importantes sobre o bando de Humberto de Oliveira, o “Bel”, uma quadrilha de ladrões de carretas e cargas que agia impunemente há vários anos no Estado do Maranhão. O grupo era protegido por uma organização criminosa que abrigava pistoleiros, policiais (entre eles, delegados), empresários e políticos.

O delegado Stênio estava bem perto de desbaratar toda essa rede mafiosa. Ao chegar no local marcado, na Litorânea, conhecido então como “praça do Trenzinho” (hoje Praça do Pescador), Stênio desceu do carro e logo foi cercado por três integrantes do “Bando Bel”: Cabo Cruz, Ismael Costa e Silva e José Rodrigues, o “Zé Júlio”. Eles executaram o policial com dois tiros na cabeça.

Os principais envolvidos no crime já foram julgados e condenados. São eles: o ex-delegado Luís Moura e sua mulher Ilce Gabina (ambos condenados a 19 anos); Carlos Maia, o “Carlinhos” (17 anos); o ex-deputado estadual José Gerardo de Abreu (23 anos); Claudenir de Jesus Silva, o “Japonês” (20 anos); o empresário William Walder Sozza (16 anos); e Jorge Gabina (17 anos).

Logo depois, chegou a vez do exempresário Joaquim Felipe de Sousa Neto, o Joaquim Laurixto – um dos principais mandantes do assassinato – acertar as contas com a Justiça: ele foi condenado a 19 anos de prisão – 16 por homicídio e 3 por formação de quadrilha.

Laurixto foi executado a tiros no dia 29 de outubro de 2008, nas proximidades do Terminal da Integração do São Cristóvão, em São Luís. Quatro homens que estavam em um carro o abordaram e efetuaram os disparos. Em seguida, eles fugiram em rumo ignorado.

Outros envolvidos foram pronunciados pela Justiça: “Zé Júlio”, Ismael Costa e Silva, o ex-delegado José de Ribamar Pinheiro, o ex-deputado Francisco Caíca e Máximo Moura.

Morte de Stênio ocasionou a chacina do “Bando Bel”

Integrantes do “Bando Bel” chegaram a ser detidos dias após o assassinato. No entanto, quando retornavam do município de Santa Luzia, depois de depor sobre outro crime, a guarnição da Polícia Militar que os conduzia foi interceptada e os pistoleiros foram chacinados.

Entre os mortos, estavam “Bel” e Cabo Cruz. O episódio foi objeto de inquérito policial, presidido pela delegada Dayse Aparecida, depois titular da Delegacia do Idoso.

O inquérito provou o envolvimento de vários policiais na ação, como os delegados Almir Macedo e Raimundo Nonato Brandão Fonseca Filho. Ficou provado que o cadeado da viatura onde estavam os pistoleiros foi aberto por fora.

Outro episódio mal resolvido foi o “sumiço” de Carlos Antonio Martins, cunhado de “Bel”, que teria dado fuga a “Zé Júlio”, Cabo Cruz e Ismael. Ele nunca foi localizado pela polícia. Muitos acreditam que também tenha sido mais uma “queima de arquivo”.

Fechar