Turbulências em aviões poderão aumentar até 149%, apontam estudos

Áreas amplas de turbulência em céus nublados podem ser previstas por meteorologistas e transmitidas para os pilotos

Fonte: Da redação

Quem já passou por uma turbulência um pouco mais severa sabe bem o quão amedrontador esse sentimento pode ser. A sensação de chacoalhar enquanto a aeronave atravessa uma área de instabilidade é bastante desconfortável, para dizer o mínimo. Pesquisas recentes apontam que este fenômeno está aumentando no mundo todo com o agravamento da crise climática.

Com o aumento das temperaturas globais provocado pelo aquecimento global, as correntes de ar do tipo “corrente de jato”, ou “jet air” em inglês, estão mais instáveis. “Desde que os satélites começaram a observar este fenômeno, em 1979, a quantidade de cisalhamento [um fenômeno físico] do vento aumentou 15% na corrente de jato, disse Paul Williams, professor de ciência atmosférica na Universidade de Reading, na Inglaterra, ao portal da NPR.

Em um dos muitos estudos que já conduziu sobre o assunto, o especialista afirma que, nas latitudes médias do Hemisfério Norte, a frequência da turbulência de “”ar claro”, aquela que acontece em dias de sol, poderia triplicar nas próximas três a seis décadas, dependendo das futuras emissões de gases do efeito estufa.

Áreas amplas de turbulência em céus nublados podem ser previstas por meteorologistas e transmitidas para os pilotos, para que ajustem suas rotas. Mas áreas específicas e localizadas de turbulência em dias de sol apresentam desafios enormes para o setor da aviação, afirma Carlo Scalo, professor associado que estuda turbulência na Purdue University.

“O problema é que a turbulência de ar claro não pode ser detectada porque está acima das nuvens”, diz Scalo. “Você realmente não a vê. É apenas o ar rápido movendo-se para onde está o ar lento e vice-versa.”

A boa notícia é que estes especialistas apontam uma maneira de tentar limitar a turbulência do ar claro: evitando as quatro principais correntes de jato que circundam a Terra. Hoje as aeronaves comerciais geralmente aproveitam essas faixas estreitas de vento forte nos níveis superiores da atmosfera para aumentar a velocidade e encurtar o tempo de voo. “A companhia aérea economiza combustível e os passageiros chegam cedo. Mas pode ser um voo bem instável”, diz Williams.

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