Caso de racismo em pedido foi forjado por suposta vítima, diz polícia

Dono da loja criou uma conta fake e fez um pedido com observações racistas em sua própria loja.

Fonte: Com informações de Julio Cesar Lyra

O proprietário de uma pastelaria na cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, foi indiciado por forjar uma situação de injúria racial, no último dia 14 de novembro. Segundo a Polícia Civil, Gabriel Fernandes teria criado uma conta fake e feito um pedido na própria loja. No campo de observações, pediu “por gentileza” que fosse enviado um “motoboy branco” por não gostar de negros “encostando na comida”.

Loja denunciou racismo em pedido por aplicativo (Foto: Arquivo pessoal)

Gabriel, que é negro, chegou a registrar ocorrência, divulgou prints do caso e, por fim, confessou, em novo depoimento, que foi ele mesmo o autor do pedido e do comentário racista.

O delegado Rodrigo Câmara disse que, ao ser confrontado, Gabriel falou que simulou as mensagens “por motivos particulares que não gostaria de divulgar”.

Segundo a Polícia Civil, após investigações, com análise e cruzamento de dados, os agentes identificaram que a autoria da mensagem racista era da própria “vítima”.

Intimado novamente a depor, o proprietário da pastelaria inforou que gostaria de se retratar e confessou ter criado toda a história. Ele responderá por falsa comunicação de crime.

A observação da suposta cliente racista, identificada como “Andressa Oliveira”, foi feita no pedido, e, em seguida, no chat: “Última vez veio um motoboy negro. Peço a gentileza que mande um branco. Não gosto de pessoas assim encostando na minha comida. Obrigada!”, teria escrito o próprio Gabriel, na mensagem forjada.

O caso chegou a ser registrado na 3ª Delegacia de Polícia Regional, e documentado como injúria racial consumada.

Nome falso e endereço inexistente

Com a repercussão do caso na região de Campo Bom, um novo personagem surgiu na história: o síndico do prédio cadastrado como endereço da cliente que fez a exigência racista. Ele também registrou ocorrência, e alegava que o número de apartamento informado pela suposta autora do crime no aplicativo não corresponde a nenhum dos números existentes no condomínio. Ele informou que não havia nenhuma “Andressa” no local.

Em nota publicada nas redes sociais, a empresa franqueadora chegou a prestar solidariedade aos proprietários da franquia, e repudiou o comentário da suposta cliente. “Não passará impune”, diz a nota.

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