Estereótipos de gênero na roleta: quem joga mais, os homens ou as mulheres?

São os homens ou as mulheres que jogam mais roleta. Saiba aqui

Fonte: Assessoria

Será que existe um estereótipo de gênero na roleta? Serão os homens ou as mulheres a preferirem este jogo de cassino? Como se mantém hoje a relação entre cassinos / homens / mulheres?

Vamos ver alguns estudos sobre o assunto, olhar um pouco para o passado e tentar perceber se o jogo da roleta é mais popular entre homens ou mulheres. Como um cassino para jogar roleta evolui ao longo dos séculos?

Os genes do passado

Historicamente, os jogos de cassino eram exclusivamente para os homens. A vida social do século XVIII e a forma como a sociedade estava estruturada, ditava que só os homens, com algum status social, podiam jogar roleta ou pôquer. Tudo isto em cassinos luxuosos, onde a entrada a homens de classe inferior e mulheres era vedada. Restava aos homens de classe mais baixa os salões de jogos e salas clandestinas, para poder jogar roleta ou outros jogos de azar.

Já no século XIX e em grande parte do século XX, a influência do cinema e da arte em geral continuou a passar a mensagem de que jogos como a roleta eram exclusivamente para homens. Veja-se, por exemplo, o que acontece nos filmes de James Bond ou em Casablanca, onde os homens são os protagonistas, do jogo e do filme.

Tanto a História como as diferentes artes e culturas ditaram, durante séculos, que os jogos de azar estavam limitados aos homens. Mas fizeram mais do que isso, sustentaram a ideia de que as mulheres que gostavam de jogar fossem mal vistas e julgadas por isso.

Por isso, durante décadas, não se colocava esta questão do jogo e da sua popularidade nos diferentes gêneros, já que se assumia que só o homem podia jogar. Não que algumas mulheres, empoderadas e excepcionais, se resignaram a esta verdade, derrubando estereótipos e lutando por ocupar o espaço onde queriam estar.

A massificação do jogo

Ao longo do século XX os casinos terrestres expandiram-se. Todos os países, onde o jogo não era proibido, começaram a ver a indústria de jogo crescer. Mais cassinos foram construídos, face a um aumento na demanda, com entrada para homens e para mulheres, de qualquer condição socioeconómica. Ainda assim, algumas salas de cassino continuavam fechadas para determinados clientes: as salas de alta roda, onde só os grandes apostadores, normalmente homens, eram admitidos.

No final do século XX, início do século XXI, a indústria de jogos passou, muito por conta das evoluções tecnológicas, a operar no universo digital. Nessa altura, já homens e mulheres frequentavam os cassinos terrestres e não havia diferenciação entre um gênero e outro – pelo menos aparente. A sociedade continuava a discriminar as mulheres nos cassinos e muitas eram julgadas por frequentar círculos de jogos de azar.

Os casinos online e a evolução social romperam com estes paradigmas. O anonimato de uma tela de computador ou celular permite que qualquer pessoa, homem ou mulher, se registre em um cassino e jogue os jogos de azar favoritos, sem qualquer julgamento ou culpa.

O peso da História

Apesar da massificação do jogo e da acessibilidade dos cassinos online, os estudos nesta área continuam a indicar que existem mais homens do que mulheres a jogar nos cassinos online e offline. Uma situação que tem vindo a desvanecer-se é certo, mas ainda assim notável, através dos vários estudos realizados.

Um ensaio da PubMed Central, disponível na National Library of Medicine, examina as diferenças de gênero no envolvimento e nos problemas de jogo entre adultos emergentes e conclui que «os homens correm mais riscos e têm níveis mais baixos de enfrentamento impulsivo do que as mulheres, são mais propensos a se envolver em jogos de azar. A assunção de riscos e a ansiedade social foram os mediadores significativos para as diferenças de género nos problemas com o jogo.»

Em um artigo, disponível no ResearchGate, encontramos um estudo empírico das diferenças de gênero nos jogos de azar online, com as conclusões de que «O jogo tem sido tipicamente considerado uma atividade predominantemente masculina. No entanto, estudos recentes de prevalência mostraram que um maior número de mulheres joga agora. Grande parte da literatura sobre jogos de azar sugere que os jogadores online são mais propensos a serem homens e que os jogadores problemáticos são mais propensos a ser homens. Homens e mulheres também tendem a jogar por diferentes razões e têm preferência por diferentes atividades de jogo. O inquérito pretende traçar um perfil das mulheres que jogam online e examinar quaisquer diferenças de género entre homens e mulheres em termos de como e porquê jogam online, a frequência com que jogam online, os padrões de jogo, bem como as atitudes em relação jogos de azar on-line.»

Os resultados dos estudos

Em suma, os estudos analisados confirmam que os homens jogam mais do que as mulheres, tanto em tempo, como em dinheiro. As mulheres jogam:

  1. há menos tempo que os homens
  2. tem sessões de jogo mais curtas
  3. praticam jogos gratuitos ou apostas de baixo valor
  4. encaram o jogo como forma de sair do tédio.

Importa sublinhar que as mulheres inquiridas continuam a experimentar um maior sentimento de culpa e vergonha por jogar online, do que os homens, o que sugere que ainda existe estigma em torno do jogo.

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