Maranhão reduz 3,5% o número de novos casos de hanseníase

Foram notificados 2.997 novos casos da doença, enquanto, em 2018, foram 3.105

Fonte: Da redação com Secap

O Maranhão reduziu em 3,5% o número de casos confirmados de hanseníase em 2019. Foram notificados 2.997 novos casos da doença, enquanto, em 2018, foram 3.105. Ainda assim, em janeiro, mês de conscientização e combate a hanseníase, o sinal de alerta continua aceso, pois o estado é hiperendêmico para a doença.

“Em janeiro, nós chamamos a atenção da população para que ela esteja atenta às manchas que por ventura aparecem no próprio corpo, que às vezes parecem banais, mas não são. Temos como tema da campanha ‘Hanseníase, tem cura, tem tratamento, tem a nossa ajuda’, para lembrar às pessoas que a patologia tem cura, basta que o tratamento seja feito até o fim”, destaca Raimunda Mendonça, coordenadora Estadual do Programa de Controle a Hanseníase.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem trabalhado ao longo dos anos no combate e erradicação da hanseníase. Para isso, mantém a vigilância nos municípios, combate a discriminação do paciente hansênico, tem promovido a capacitação dos profissionais de saúde nos 217 municípios do estado, e ampliado a rede de rastreamento e tratamento da doença – em 2014, 400 unidades básicas ofereciam o tratamento; em 2019, são mais de 1.200.

Em cinco anos, foram 30 mutirões realizados, 87.898 visitas domiciliares e 246.943 pessoas examinadas. A SES realizou ainda 42 cursos e formou 2.165 profissionais dos 217 municípios na detecção da doença.

“A hanseníase tem cura e o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de hanseníase são as principais formas de prevenção”, explica Raimunda Mendonça.

Em São Luís, duas unidades de saúde são referência para o tratamento da doença, o Centro de Saúde Genésio Rêgo, que faz o atendimento ambulatorial e reabilitação, e o Hospital Aquiles Lisboa, que oferta também internação para os pacientes que precisam. “Temos uma agenda nas escolas, empresas, sistema prisional, ações sociais na região Itaqui-Bacanga, onde está o Hospital Aquiles Lisboa, levando informações sobre a doença, como sinais e sintomas, oferecendo a nossa rede de tratamento e apoio”, pontua o diretor do Hospital Aquiles Lisboa, Raul Fagner.

Em 2019, foi criada a Caravana Itinerante do HAL, que percorreu 15 bairros da região para fazer a busca ativa e levantamento, bairro por bairro. “O objetivo dessa ação é ter o número de pessoas infectadas, para termos um boletim epidemiológico da região”, informa Raul Fagner.

Sobre a doença
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas; áreas com diminuição dos pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés, entre outros.

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