Depois de restaurado, o Palácio das Lágrimas, que está localizado em frente à Igreja de São João, no Centro, será a sede do Curso de Música da Universidade Federal do Maranhão (Ufma). Devido a esta mudança, a obra, que estava parada há mais de cinco anos, voltou para a fase de elaboração do novo projeto arquitetônico, pois, a princípio, era prevista a construção do Museu de Ciência da Ufma.
De acordo com a instituição de ensino, após conclusão das atividades técnicas de criação, nova licitação será feita, e, quando concluída, haverá a retomada dos serviços de engenharia no local.
Segundo o professor da Ufma Arkley Bandeira, que é doutor em arqueologia, e faz parte da assessoria do gabinete do reitor Natalino Salgado, a reforma não estaria parada. “É importante frisar que, uma coisa é não termos a obra de engenharia civil sendo tocada, mas a parte de projeto, que toma grande parte do cronograma de intervenção do espaço, está andando.
A Ufma e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) trabalham para que tenhamos a retomada dos serviços físicos de restauro o quanto antes, quem sabe, a partir do meio deste ano”, informou Arkley.
O professor disse ainda que a mudança para o uso do Palácio das Lágrimas se deu por decisão superior da reitoria. Agora, o Museu de Ciências funcionará no “Planetário da Universidade”, obra que também está em fase de construção, e terá como objetivo levar visitantes à Cidade Universitária da Ufma, localizada na área do ItaquiBacanga. Arkley frisou que o curso de música há tempos demanda um espaço mais integrado no centro de São Luís.
“Casaram as mudanças de uso e requalificação. O que antes seria um museu, agora será um curso de graduação, aí muda-se completamente todo o desenho arquitetônico do Palácio das Lágrimas. O novo projeto, que é elaborado Iphan, contará com salas de aula, laboratórios e salas de música”, informou o doutor em arqueologia.
UFMA E IPHAN VISITAM O PALÁCIO DAS LÁGRIMAS
No dia 27 de janeiro deste ano, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Superintendência de Infraestrutura da Universidade Federal do Maranhão (SinfraUfma) visitaram o Palácio das Lágrimas, para uma avaliação das condições físicas e estruturais do local. A intenção foi catalogar o que precisava ser feito, para a reforma e restauração do prédio.
Durante a visita, segundo Arkley, foi realizado um mutirão de limpeza na área, devido à grande quantidade de lixo que tinha no local. Também teria sido analisado o suporte de carga elétrica do prédio, o telhado, a avaliação das condições dos tapumes, e da vegetação que tomava conta da parte interna do edifício. “Já os bens móveis, que são peças que fazem parte da edificação, foram retiradas, e estão guardadas na Ufma, para que ao término do restauro, elas sejam reincorporadas”, informou o professor.
LONGA PARALISAÇÃO DA OBRA
O início da obra de restauração do Palácio das Lágrimas foi em junho de 2014. O término deveria ter sido em fevereiro de 2015. Mas houve um atraso, o primeiro de muitos, e a obra parou. Em 2015, o Iphan alegou que a Ufma havia tido um problema no orçamento da demolição do anexo contemporâneo. Somente durante a execução da obra, a Universidade se deu conta de que não havia contabilizado esse custo no orçamento, e por isso os serviços pararam.
Há mais de cinco anos, um termo aditivo foi assinado pela Ufma, governo do Estado e o Iphan, prorrogando a restauração e requalificação arquitetônica do Palácio das Lágrimas por mais 240 dias. Dessa forma, as obras teriam prazo de finalização estendido até fevereiro de 2016, o que, mais uma vez, não aconteceu.
Em agosto de 2017, deveria ter ocorrido, finalmente, a conclusão da restauração do Palácio das Lágrimas, conforme o cronograma de obras, elaborado em 2016, pela Prefeitura da Cidade Universitária do Maranhão, responsável pela execução dos serviços. Esse foi o terceiro prazo de entrega da obra.
Em maio do ano passado, o superintendente Iphan no Maranhão, Maurício Itapary, afirmou ao Jornal Pequeno, que a Ufma rescindiria o contrato com a empresa MPA Engenharia. À época, Maurício Itapary informou que com a rescisão, o Iphan tomaria de conta da obra.
O Instituto tem parceria com a Ufma, sendo o Iphan responsável em passar os recursos para a realização de maioria dos projetos arquitetônicos da Universidade. Segundo Maurício Itapary, o Palácio das Lágrimas pertence à instituição de ensino, tendo o Instituto apenas conseguido a verba para a execução da obra; o valor não foi informado por Itapary