Embarcações de emergência são contratadas para prevenir vazamento de óleo no navio Stellar Banner

Ibama volta a descartar qualquer tipo de vazamento nos tanques da embarcação. Órgão deu 24 horas para a Vale detalhar situação

Fonte: Aidê Rocha

Ao menos quatro navios identificados como OSORV (OilSpill Recovery Vessel) foram solicitados para trabalhar na contenção e recolhimento de grandes vazamentos de óleos, de forma preventiva,no caso do navio Stellar Banner, que encalhou após deixar o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira em São Luís, na noite da última segunda-feira (24).

As embarcações foram solicitadas pela Marinha e o Ibama, e foram contratados pela empresa sul-coreanaPolaris, proprietária do navio, e pela Vale, segundo informações repassadas durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem (29), no Complexo da Capitania dos Portos do Maranhão, no Jenipapeiro – às margens da Avenida Beira-Mar.

“Elas operam em áreas de plataformas e estão prontas para, preventivamente, atuarem em algum acidente. Recolhem óleo e têm uma série de equipamentos capazes de contê-los. Estamos recebendo duas unidades, e a Vale está contratando mais embarcações com uma capacidade maior”, explicou o almirante Newton, comandante do 4º Distrito Naval e coordenador do Gabinete de Crise, instalado pela Marinha no Maranhão.

Além disso, na manhã de ontem, também como prevenção, foram colocados mais de mil metros de barreiras de contenção próprias para alto mar. Uma organização especializada em prevenção e preservação ambiental foi contratada pela Polaris para auxiliar nas medidas para evitar qualquer dano ao meio ambiente, durante o trabalho.

O navio Stellar Banner sofreu uma avaria na proa, na noite de segunda-feira (24). A embarcação está carregada com 294.871 toneladas de minério de ferro, 3,8 mil toneladas de combustível e 140 toneladas de óleo destilado. O inquérito administrativo que investiga as causas do acidente com o navio deverá durar pelo menos 90 dias. A partir de dados técnicos e oitivas com quem participou do acidente, é que será possível entender o que de fato ocorreu. Para a Marinha, sugerir o motivo, nesse momento, seria muito prematuro.

SEM VAZAMENTO DE ÓLEO DOS TANQUES

Durante a coletiva, o coordenador geral substituto de Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Amorim, voltou a afirmar que não houve vazamento de óleo na embarcação encalhada no Maranhão. Conforme Amorim, os tanques estão na popa da embarcação e se encontram intactos. “É permitida a entrada da tripulação na embarcação, o que mantém os equipamentos em funcionamento. Os geradores estão em funcionamento e tudo se encontra em uma parte seca”, frisou.

O que foi detectado ao redor da embarcação seria um óleo residual, que pode ser graxa ou óleos lubrificantes que costumam ficar no convés do navio devido ao seu próprio trabalho. Trata-se de uma camada muito fina, mas que deve ser retirada por dispersão mecânica, ou seja, utilizando a própria embarcação para que o resíduo se quebre em partículas menores e seja naturalmente absolvido por bactérias que o consomem. Até o fim da sexta-feira(28), foi mensurado 8 litros desse resíduo, segundo o representante do Ibama.

RETIRADA DA CARGA

De acordo com o almirante Newton, um planejamento para retirada da carga já está sendo conduzido, mas depende de muitas informações que estão sendo colhidas, inclusive um plano de mergulho. “Lembrando que o navio é muito grande, e está encalhado em uma área que precisamos ter outras informações sobre essa região, para que no afã de salvar o navio não comprometa sua estrutura e tenha um acidente maior. Todos os profissionais necessários para o trabalho estão reunidos, para que o plano seja feito com todo cuidado”, ressaltou.

Sobre o plano de mergulho, por exemplo, vale destacar que ocorreu uma troca da empresa que havia sido contratada. Inicialmente, os trabalhos seriam feitos por uma empresa de Manaus, identificada como Aquamar; porém, foi detectado que a mesma estava descredenciada na Marinha. Após ter sido barrada, ela foi substituída pela Star Norte, do estado de São Paulo, que deve iniciar os trabalhos assim que for autorizada.

Em razão do imbróglio com as empresas que iniciariam o mergulho, as imagens submarinas do local do acidente estão sendo feitas por meio de um robô, que funciona como uma espécie de drone.

O FATO

Na segunda-feira (24), o navio MV Stellar Banner transportava minério de ferro para a Vale e saiu do porto privado da mineradora. O destino da embarcação era a China, principal comprador da empresa. O navio é um mineraleiro do tipo Vale max, chamado de super navio. A embarcação contratada pela mineradora tem capacidade para transportar até 3000 mil toneladas de carga.

Ibama dá 24 horas para a Vale detalhar situação do navio 

O Ibama notificou a Vale e a empresa PolarisShipping, dona do navio MV Stella Banner, para que informe detalhes do acidente em até 24 horas. Como foi noticiado, o navio saiu do Maranhão com uma carga de minério de ferro rumo a Qingdao, na China, e sofreu uma avaria na noite de segunda-feira, correndo o risco de afundar.

O órgão ambiental exigiu que a mineradora informe a quantidade de tanques e o volume de óleo em cada tanque de combustível. A Vale e a PolarisShipping deverão também prestar esclarecimentos sobre a origem do material que vazou do navio e a estimativa de seu volume.

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