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Ministério da Saúde recomenda isolamento para quem fez viagens internacionais

A recomendação é válida até para pessoas assintomáticas; governo também orienta cancelamento de eventos com aglomerações

Fonte: Mateus Vargas e Camila Turtelli

O Ministério da Saúde recomendou nesta sexta-feira, 13, medidas mais restritivas para evitar o avanço do novo coronavírus, entre elas o isolamento por sete dias de todas as pessoas que chegam de viagens internacionais, mesmo sem sintomas, e cancelamento de eventos com aglomerações. O governo passa a considerar também quarentena em locais onde a ocupação de leitos de UTI para a nova doença ultrapassarem 80%.

As recomendações foram dadas pela pasta em uma videoconferência com os estados para novas orientações sobre o novo coronavírus. O Ministério da Saúde pediu que autoridades locais estimulem o cancelamento de eventos com grande aglomerações e também orientou o adiamento de cruzeiros marítimos. Além disso, foi feito o pedido para que pessoas que apresentem alguns dos sintomas da doença, como tosse e dificuldade de respirar, liguem para o 136 antes de se deslocarem à uma unidade de saúde. “Cada local deve avaliar qual a melhor estratégia para fazer”, ressalvou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

“Não dá para aceitarmos ou permitirmos concentração de pessoas que venham do exterior ou de outra parte do Brasil”, disse Oliveira.

Em relação à circulação de pessoas em shoppings e comércios locais, a recomendação é que responsáveis disponibilizem locais para lavar as mãos e álcool em gel.

O secretário disse que é preciso estimular transmissões virtuais de eventos, cancelar viagens, realização de trabalho remoto e reuniões pela internet. “Instituição de ensino podem planejar antecipação de férias ou uso de ensino a distância”, disse Oliveira.

Até velórios com um grande número de pessoas devem ser evitados. Bufês de comida no estilo self-service devem ser eliminados e se acontecerem, que sejam em locais abertos e sem a presença de doentes.

O Ministério da Saúde recomenda ainda ter em mãos medicamentos para redução da febre, como ibuprofeno e paracetamol.

Com as medidas, o ministério quer reduzir a velocidade de transmissão do novo coronavírus e manter o serviço de saúde ativo.

Segundo Oliveira, a estimativa é de que, a cada três dias, o número de casos dobre sem adoção de medidas propostas pelo Ministério da Saúde. Ele disse ainda que é fundamental que cada hospital tenha seu plano de contingência, para quando aumentar a demanda por atendimento respiratório, ele possa adaptar a sua estrutura para ampliar leitos com segurança.

Oliveira disse que, apesar do foco no novo coronavírus, o serviço continua ativo para outras doenças. “Continuamos com dengue, cirurgias, acidentes; não estamos cuidando só de novo coronavírus”, disse. “Cada gestor, de cada unidade federada, deve adaptar essas recomendações para sua realidade local. O gestor local tem a sua disposição a lei de emergência sanitária para novo coronavírus, a portaria que estabelece ações de quarentena e isolamento, entre outras regras”, afirmou.

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