A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira (16) a restrição da entrada de pessoas no espaço Schengen por 30 dias, na resposta mais radical ao aumento de casos do novo coronavírus no continente, considerado novo foco da pandemia. A zona Schengen é formada por 22 dos 27 países membros da União Europeia, além da Islândia, Noruega, Suíça e Lichtenstein. Reino Unido e Irlanda não fazem parte.
— Quanto menos viagens, mais poderemos conter o vírus. Portanto proponho aos chefes de Estado e de governo que introduzam restrições temporárias a viagens não essenciais à União Europeia — disse a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
— Essas restrições de viagem devem estar em vigor por um período inicial de 30 dias, mas podem ser prolongadas conforme necessário.
Estarão fora da proibição residentes de longa data da UE, familiares de cidadãos do bloco, diplomatas, médicos e pesquisadores que trabalham para conter a crise da saúde.
Os líderes da UE discutirão a proposta em uma videoconferência na terça-feira. Até agora, o bloco não conseguiu encontrar uma resposta coerente à emergência de saúde e alguns países impuseram controles unilaterais nas fronteiras.
—A Comissão diz que concordar com esta proposta tornaria desnecessárias todas as restrições intra-Schengen — disse um funcionário da UE.
Nesta segunda-feira, o governo italiano aprovou mais um decreto para combater a epidemia do novo coronavírus no país, o mais afetado na Europa e segundo com mais casos no mundo, atrás apenas da China. A medida é chamada de “Cura Itália” e prevê medidas para enfrentar os efeitos da emergência na economia.
A Espanha, com com cerca de 8 mil casos e 300 mortes, agora tem o maior número de casos na Europa depois da Itália. O governo ordenou que estudantes de medicina, hospitais privados e fábricas produzissem equipamentos médicos para ajudar a aumentar os recursos do sistema público de saúde.
Na França, o número de casos já passou de 5.400, e foram registradas 127 mortes. Jérôme Salomon, principal autoridade do Ministério da Saúde do país, disse na segunda-feira que a situação “está se deteriorando muito rapidamente”. Cerca de 300 a 400 pessoas infectadas com o vírus no país estão em estado crítico, segundo ele, e cerca de metade desses pacientes tem menos de 65 anos.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, por sua vez, determinou o fechamento de parques e jardins contra a disseminação da doença. Segundo a mandatária, a população tem ignorado as recomendações de isolamento.