Quem deve fazer o teste para diagnosticar a Covid-19

Especialistas afirmam que existem diretrizes que devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para solicitar ou não o teste de Covid-19

Fonte: Da redação

Não param de chegar reclamações de pessoas que afirmam não estarem sendo autorizadas, seja pelo plano de saúde, seja pelo hospital, a realizar o teste para detectar o novo coronavírus. As reclamações se repetem em todos os estados do país.

Recentemente, uma postagem em rede social viralizou em São Luís. Nela, uma pessoa recém-chegada dos Estados Unidos e com sinais de gripe se dirigiu a um hospital particular. Na postagem, a pessoa afirma que ao relatar o que sentia ao médico (a pessoa não disse quais eram esses sintomas) foi encaminhada ao laboratório. No laboratório, as atendentes afirmaram que não havia necessidade de exame já que o paciente não apresentava todos os sintomas. A mesma negativa teria recebido do plano de saúde.

Ao final, diante das negativas, preferiu pagar para ser testado. E completa afirmando que “não vi ninguém levando a sério uma pessoa que tinha acabado de chegar da Florida gripado.”

A postagem rendeu críticas para todos os lados. Para o Hospital particular, para o Governo do Estado, Prefeitura de São Luís.

Diante do cenário, o Jornal Pequeno resolveu explicar à população todo o processo exigido pelo Ministério da Saúde para que sejam realizados os testes e quais as recomendações para quem chega do exterior e está “gripado”.

Pessoas que apresentem sintomas leves como febre baixa ou dor de garganta moderada devem ficar em casa e evitar clínicas, hospitais ou unidades de saúde, até a melhora do quadro clínico (máximo de 14 dias). A determinação é do Ministério da Saúde.

85% dos pacientes com sintomas suspeitos de coronavírus são tratados em casa, desde que obedeçam a recomendação de isolamento domiciliar. Essas medidas têm sido amplamente divulgadas pelos órgãos de Saúde. Esses pacientes podem não ser testados para a Covid-19, que é a doença provocada pelo vírus, porque não há kits suficientes para exames, um problema que ocorre em todo mundo.

Com sintomas leves, o paciente se recupera em casa, isolado, tomando líquidos, mantendo a alimentação saudável reforçada e com repouso, já que o sistema imunológico do corpo se encarrega de fazer a defesa porque não há remédios para cura, apenas para amenizar desconfortos.

Caso a pessoa apresente febre alta e falta de ar, que é a dificuldade para respirar, deve procurar atendimento médico e será tratado como manda o protocolo do Ministério da Saúde para coronavírus. Esses pacientes são testados para o novo vírus e independentemente do tempo que demore para se ter os resultados, eles são atendidos, isolados e podem até mesmo ser internados.

Reparem, não há kit suficiente para testar todo mundo que acha que está infectado por estar ‘gripado’. Os testes, segundo o médico Esper Kallás, infectologista e professor da faculdade de medicina da USP, “devem ser reservados, a partir deste momento em que estamos entrando, para situações especiais. Se é uma pessoa que tem vários problemas de saúde, uma idade avançada, está com sintoma e eles são um pouco mais exuberantes, vale a pena fazer.”

A maioria dos laboratórios está atendendo apenas à demanda que vem de hospitais, com preferência para os casos de pacientes com sintomas mais agudos.

A mudança veio principalmente após uma nova diretriz do Ministério da Saúde. “A razão é simples: precisamos garantir que o paciente que precisa do exame consiga fazê-lo. Houve no começo do surto a prescrição indiscriminada do exame, e muitos foram feitos em paciente que não precisavam”, disse Priscila Franklim Martins, diretora executiva da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Antes, pacientes que estivessem com algum sintoma de gripe, como coriza, procuravam o médico e ele solicitava um exame de coronavírus. Agora, a diretriz é que os pedidos de exame sejam feitos apenas para pacientes com febre, problemas respiratórios e tosse forte. Com isso, a meta é segurar a demanda por exames até que novos kits de testes cheguem ao Brasil. “Os insumos para os exames são importados. Então precisamos primeiro garantir que eles cheguem ao Brasil. Em segundo lugar trabalhando junto à Anvisa para que ela priorize a liberação desses insumos nesse momento de crise”, afirma Martins.

Portanto, lembre-se: se você não está com todos os sintomas, apresenta apenas coriza e febre ou acha que está resfriado, não há motivo para fazer o teste. A melhor opção neste caso, segundo o Ministério da Saúde e segundo a Secretaria Estadual de Saúde é ficar em casa, em isolamento, e só buscar ajuda médica se sentir piora nos sintomas.

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