Governo vai financiar salários por 2 meses para pequenas e médias empresas

Para participar, as empresas precisam ter faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano

Fonte: Julia Lindner, Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira, 27, uma nova linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para que empresas financiem o pagamento dos salários dos funcionários. A linha estará disponível entre uma e duas semanas.

O recurso será depositado diretamente na conta de cada trabalhador indicado pela empresa, que não poderá demiti-lo nesses dois meses. “O dinheiro vai direto para a folha de pagamento. A empresa fecha o contrato com o banco, mas o dinheiro vai direto para o funcionário, cai direto no CPF do funcionário. A empresa fica só com a dívida”, disse Campos Neto.

O programa é limitado a dois salários mínimos (R$ 2.090). Mesmo quem ganha acima disso, receberá no máximo os dois salários. Por exemplo: se o saláro do empregado é de um salário mínimo (R$ 1.045), ele continuará ganhando o mesmo valor. Caso ele receba três salários mínimos (R$ 3.135), porém, ele vai ganhar dois salários mínimos (R$ 2.090) nesses dois meses.

Para participar, as empresas precisam ter faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano. São cerca de 1,4 milhão de empresas que poderão acessar os recursos. O custo total vai ser de R$ 40 bilhões, divididos em dois meses. De acordo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por mês, o Tesouro bancará R$ 17 bilhões do programa e os bancos, outros R$ 3 bilhões. “O risco será divido 85% para o governo e 15% para o setor bancário”, disse Campos Neto.

Para as empresas, a linha terá juro de 3,75% (taxa básica de juros), sem a cobrança de spread bancário. Haverá seis meses de carência para o início do pagamento e 36 meses (três meses) para quitar a dívida.

“O programa vai ajudar muito pequenas e medias empresas, que é setor que emprega muito. Está em linha com o que o governo tem anunciado”, disse Campos Neto.

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