O Brasil já deu importantes passos para combater a violência contra a mulher. Infelizmente, mesmo com a Lei Maria da Penha e o aumento da rede de enfrentamento, o número de notificações de violência contra a mulher em Imperatriz cresceu mais de 50 % comparado ao mesmo mês do ano passado, 2019.
Os dados são do Centro de Referência de Atendimento à Mulher – CRAM, serviço da Secretaria Municipal de Políticas para Mulher – SMPM, por meio de oficio recebido dos serviços da Rede de Atendimento, Delegacia Especializada da Mulher, Vara da Mulher, Ministério Público, Defensoria Pública e Central de Inquéritos e Custódia.
De janeiro até março deste ano, foram 190 denúncias e 61 só nos últimos 30 dias. “Tivemos um crescimento maior se comparado ao mesmo mês do ano passado, porém ficamos mais encorajadas por saber que mais mulheres estão buscando por ajuda, o que já é um grande passo para a mudança, mesmo é uma situação tão triste”, explica a secretária Edna Ventura.
O crescimento do número de denúncias é resultado da ampliação da divulgação dos canais de denúncias. Essa é a avaliação que faz a coordenadora do CRAM Sueli Barbosa, que destaca também, o trabalho da rede de enfrentamento que diariamente se mobiliza para informar e orientar mulheres e sociedade em geral.
“É uma luta diária, e agora devido à pandemia do novo coronavírus e o confinamento, infelizmente, a violência contra a mulher pode aumentar em nossa cidade, por isso toda nossa equipe está intensificando os canais de denúncias e apoio, como também prestando informações e orientações às mulheres que buscam por socorro”, afirma Sueli.
Ainda segundo a coordenadora, todos os atendimentos e serviços de apoio às mulheres em situação de violência, estão funcionando normalmente, porém atendendo as recomendações sanitárias para a não proliferação do Covid-19. Este serviço está sendo realizado por meio tele atendimento.
“O isolamento social não justifica violência contra mulher. É preciso denunciar e nós estamos de plantão para atender qualquer ocorrência. Vale ressaltar também que a Casa Abrigo está recebendo essas mulheres”, informa Edna.
Segundo dados da Sociedade Mundial de Vitimologia 23% das mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência. Cerca de 70% destas acontecem dentro de casa, sendo que o agressor é o próprio marido ou companheiro, tornando o Brasil um dos países que mais pratica violência doméstica contra mulher.
Denúncias podem ser feitas pelos seguintes números: (99) 99193-1717 / 99123-4638 / 99204-7925. É disponibilizado também em todo território nacional o 180 em casos de violência doméstica contra mulheres e o 190 da Polícia Militar.