Bancos e casas lotéricas seguem com longas filas na capital maranhense

Decreto editado pelo governador Flávio Dino deu prazo de 72 horas para a adoção de medidas, a fim de evitar aglomeração nesses locais

Fonte: Luciene Vieira

No centro de São Luís, e nos bairros do São Francisco e Areinha, bancos e casas lotéricas registravam longas filas, na manhã dessa segunda-feira (13). Mais um lote da primeira parcela dos R$ 600, do auxílio emergencial aos trabalhadores informais, começou a ser paga ontem; o que pode ser uma das justificativas.

Aglomeração e uma extensa fila foram observadas na agência da Caixa Econômica, localizada na Praça Deodoro (Foto: Francisco Silva)

Houve também quem procurou as unidades bancárias para realizar troca de cheque, e pagamentos de contas de água, luz; e prestação de carro. O Jornal Pequeno percorreu dez estabelecimentos bancários, localizados na Avenida Castelo Branco (bancos Caixa, Bradesco), e na Avenida Ana Jansen (Banco do Brasil), ambas as vias pertencem ao bairro do São Francisco; na Avenida Senador Vitorino Freire, no bairro da Areinha (Brasil); e na região central da capital maranhense – Praça Deodoro (Caixa e Brasil), Praça João Lisboa (Caixa), próximo à Praça Dom Pedro 2 (Banco do Brasil), além de uma casa lotérica, na Rua Afonso Pena, e do Banco Bradesco, na Avenida Magalhães de Almeida – próximo ao Mercado Central.

Nestes locais, funcionários dos bancos controlavam o acesso para restringir a lotação, mas nas calçadas tinham longas filas. Vários clientes usavam máscaras para tentar se proteger do novo coronavírus, mas o distanciamento entre eles nem sempre era respeitado.

José Fernandes disse ter ido ao Banco do Brasil da Avenida Ana Jansen realizar a troca de um cheque. “Eu vim sem máscara, peguei uma senha, e estou dando um tempo aqui na calçada do banco. Para eu chegar à parte interna desta agência, preciso passar pelo espaço do autoatendimento, onde ficam os caixas eletrônicos, e neste estabelecimento, este espaço está cheio. Devido a isso, estou dando um tempo aqui no lado de fora, até que o número da minha senha esteja próximo de ser chamado para o atendimento que eu quero fazer”, disse José Fernandes, que informou ser autônomo.

Na parte interna do BB, foi percebido
um amontoado de pessoas, sem que houvesse qualquer medida de distanciamento (Foto: Francisco Silva)

O Banco do Bradesco da Avenida Castelo Branco foi o único onde não havia fila, na manhã de ontem. Nesta agência, um funcionário ficou disponível na porta de entrada da unidade bancária com um recipiente de álcool em gel, que ele aplicava nas mãos de cada cliente que adentrava ao local. O funcionário utilizava luvas e máscaras.

Na calçada deste Bradesco, a empresa colou fitas vermelhas em formato de X no chão, com distanciamento de um metro. Caso uma fila fosse formada, segundo o funcionário, cada cliente seria orientado a ficar onde estava o X em vermelho.

No Banco do Brasil da Areinha, Raimundo de Jesus Cantanhede Lopes disse ter ido àquela agência na expectativa de pagar a prestação do seu carro. “A prestação não está vencida, mas aqui fui informado que este tipo de pagamento só está sendo feito pelo aplicativo do Banco do Brasil. Eu não sei mexer com essas tecnologias, vou precisar do auxílio do meu filho, que mora em outro estado, inclusive”, informou Raimundo de Jesus.

As maiores filas, ontem, foram encontradas nas agências da Caixa da Praça Deodoro e da Praça João Lisboa. A partir de ontem, começou a ser pago mais um lote da primeira parcela de R$ 600 do auxílio emergencial aos trabalhadores informais, incluindo mães chefes de família. E várias pessoas teriam ido às agências fazer o saque. “Eu vim sacar o que estiver disponível, pois foi liberado um valor para mim”, disse a dona de casa Maria Raimunda, que mora na Camboa, e é mãe de três crianças. “Também vim sacar os R$ 600”, resumiu o vendedor ambulante Carlos Silva.

DECRETO PARA EVITAR AGLOMERAÇÕES

No sábado (11), entrou em vigor um decreto assinado pelo governador do Maranhão Flávio Dino, que orienta os bancos no estado a organizarem filas respeitando a distância mínima de um metro e meio entre os clientes, no ambiente interno e externo das agências.

De acordo com o decreto, é de responsabilidade das empresas bancárias estabelecerem sinalizações horizontais ou demais ferramentas que disciplinem a fila para evitar aglomerações, diminuindo o risco de contágio do coronavírus. Aos bancos e lotéricas, o documento deu prazo de 72 horas para que as medidas sejam implantadas.

“Os bancos não estão tomando providências para organizar o fluxo de pessoas para ter acesso às suas agências. Estou determinando que o façam, sob pena de fiscalização e sanções previstas na legislação sanitária”, declarou o governador Flávio Dino, em relação ao decreto.

PROCON VAI FISCALIZAR Por meio de nota, o Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/ MA) informou que, segundo previsto no Decreto Estadual nº 35.731/2020, passadas as 72 horas de prazo para adequação e adoção de medidas de combate à disseminação do novo coronavírus (Covid-19) em bancos, lotéricas e correspondentes bancários, intensificará as fiscalizações conjuntas realizadas com a Vigilância Sanitária.

De acordo com o estabelecido no decreto, uma vez identificado o descumprimento da norma, serão aplicadas as sanções cabíveis.

Ainda de acordo com essa legislação específica, e em cumprimento ao decreto estadual, em especial no que diz respeito à aglomeração de pessoas nas portas das agências, durante as fiscalizações, o Procon/ MA comunicou que vai observar a prestação de serviços, averiguando itens como a disponibilização de funcionários para controle das filas, para manutenção do distanciamento, além de manutenção de pessoas para auxiliar os consumidores nos terminais e devido abastecimento dos caixas eletrônicos.

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