Gravação de show de Fagner e Zeca Baleiro chega às plataformas digitais

“Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002” reúne releituras do repertório afetivo de ambos

Fonte: Adriana Bueno

Antes de lançarem o cd “Raimundo Fagner e Zeca Baleiro” (2003), que se tornaria um clássico fonográfico destes tempos, os dois artistas fizeram apresentações de caráter mais intimista por 8 cidades brasileiras, acompanhados apenas por Adelson Viana (piano e acordeon) e Tuco Marcondes (violão e guitarra). É o registro de um desses shows, em Brasília, em 2002, o conteúdo do novo álbum digital que Fagner e Baleiro lançam nesta sexta-feira, 17 de abril.

Com músicas de ambos os repertórios (“Banguela”, “Cebola Cortada”, “Cavalo Ferro” e “Flor da Pele”) e releituras de outros compositores (“Orgulho”, de Paulinho da Viola e Capinan, e “De Teresina a São Luís”, de João do Vale e Luiz Gonzaga), o registro traz algumas de suas primeiras composições juntos, entre elas “A Tua Boca” (com o poeta Capinan) e “Dezembros” (uma parceria com o poeta Fausto Nilo, com letra ainda em construção, que viria a ser alterada depois, durante a gravação do disco). Outra curiosidade do álbum ao vivo é a faceta instrumentista que ambos os artistas revelam: Fagner se reveza entre o piano e o violão, e Zeca Baleiro toca violão e baixo.

A gravação foi descoberta por acaso, no fim do ano passado. “A qualidade de áudio e o frescor de um de nossos primeiros shows, nos animou a compartilhar essa gravação com o público. Nesse dia, nossa performance foi muito feliz. “, conta Baleiro. “Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002” é ao vivo mesmo, sem regravações ou correções digitais, assumindo os pequenos erros e imperfeições típicas das gravações ao vivo, e contou com o trabalho de ourives do engenheiro de som Leonardo Nakabayashi na masterização do áudio. Vale lembrar que em 2005 a dupla lançou um dvd registrado ao vivo (com banda), do show que encerrou a turnê “Raimundo Fagner e Zeca Baleiro” no Canecão, no Rio de Janeiro, e virou artigo de colecionador.

Apesar de não terem lançado outros álbuns neste período, Fagner e Zeca continuaram a se encontrar pelos palcos do Brasil, seja em participações em shows de parceiros e amigos ou em ocasiões especiais, e a compor juntos. O álbum ao vivo inclui duas faixas bônus registradas em estúdio, uma canção do repertório afetivo de ambos, “O Meu Amor Chorou”, de Luiz Marçal Neto, eternizada por Paulo Diniz, e “Quando o Sol”, parceria recente da dupla, que também ganhou um clipe colaborativo que estreia nesta sexta-feira no youtube, com edição de Fred Siewerdt.

O lançamento do álbum “Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002” já estava previsto para o primeiro semestre deste ano, quando seriam registrados encontros de Fagner e Baleiro para divulgação. Com a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus, eles tiveram a ideia de fazer o clipe colaborativo de “Quando o Sol”, que inclui imagens enviadas pelos fãs. Pelas redes sociais, Fagner e Zeca pediram aos fãs que enviassem vídeos gravados por celular, mostrando alguma das atividades de seus dias de quarentena. “É uma maneira de interagirmos com o público e também de nos mantermos ativos nestes dias difíceis, além de colaborar com o mantra ‘fique em casa’ e enfrentar essa crise juntos”, comenta Fagner.

Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002

  1. Serenou na Madrugada / Cavalo Ferro [domínio público_adaptação: Fagner / Fagner e Ricardo Bezerra]
  1. A tua boca [Fagner, Zeca Baleiro e Capinan]
  1. Banguela [Zeca Baleiro]
  1. Cebola Cortada [Petrúcio Maia e Clodo]
  1. De Teresina a São Luís [João do Vale e Helena Gonzaga]
  1. Dezembros [Fagner, Zeca Baleiro e Fausto Nilo]
  1. Orgulho [Paulinho da Viola e Capinan]
  1. Você só pensa em grana [Zeca Baleiro]
  1. A Canção Brasileira [Sueli Costa e Abel Silva]
  1. Alor da Pele / revelação [Zeca Baleiro / Clodo e Clésio]

    faixas-bônus:

  1. O meu amor chorou [Luiz Marçal Neto]
  1. Quando o sol [Fagner e Zeca Baleiro]
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