Dia do Trabalhador e Psicologia: o que pensar sobre isso?

Antes de enfrentarmos o fenômeno da pandemia, o Brasil já vinha vivendo uma realidade de um exorbitante índice de desemprego e trabalhos informais

Fonte: Catarina Bogéa

A pandemia do coronavírus impactou o mercado de trabalho, uma vez que muitas empresas tiveram perdas de receitas e, por isso, fecharam as portas ou reduziram drasticamente seu quadro de funcionários para tentar enfrentar o período de crise.
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Antes de enfrentarmos o fenômeno da pandemia, o Brasil já vinha vivendo uma realidade de um exorbitante índice de desemprego e trabalhos informais. Após a difusão da Covid-19, neste início de ano, mais de 2 milhões de pessoas deixaram de trabalhar, segundo o IBGE. 12,85 milhões é número de desempregados registrado no primeiro trimestre de 2020.
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O presidente Jair Bolsonaro, diante desta crise, emitiu uma Medida Provisória que autoriza o empregador a reduzir o salário do trabalhador ou a suspender temporariamente o contrato com ele, o que diminuiu a renda das famílias em um momento de grande fragilidade humana.
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A MP do Governo Federal vai contra a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma vez que permite a negociação direta do empregador com o empregado, sem a presença do sindicato. Isso deixa o trabalhador em uma situação de vulnerabilidade, tendo que aceitar o que lhe for proposto.
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As primeiras leis trabalhistas foram criadas em 1º de maio de 1943, para garantir justiça social e igualdade. A CLT busca evitar abusos por parte do empregador, protegendo a parte mais vulnerável na relação patrão-empregado. Essas leis estabelecem o que é direito e o que é dever do trabalhador, mas, por muitas vezes, elas não se cumprem na realidade.
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Não há como se ter saúde mental no trabalho quando não existem condições dignas para desempenhar esse trabalho. Não há como se ter saúde mental quando não há garantia de direitos trabalhistas aos mais vulneráveis.
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Falar de psicologia é também falar de saúde no trabalho. É também se posicionar contra as diferentes formas de exploração, falar sobre desemprego e, acima de tudo, auxiliar os sujeitos na busca pela emancipação.

Catarina Bogéa
Psicóloga

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