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Mesmo com lockdown, áreas de feiras em bairros da periferia seguem movimentadas

Pessoas se aglomeram entre barracas, apesar da recomendação de distanciamento e de higienização, devido à Covid-19

Fonte: Luciene Vieira

As feiras da Cidade Operária, Liberdade e Coroadinho (bairros da periferia de São Luís) costumavam ser bastante movimentadas, diariamente. Neste sentido, o que mudou nelas, com o isolamento social; e, posteriormente, com o lockdown? Nada. Nessa quinta-feira (7), verdadeiros “formigueiros”, nesses locais, foram registrados pelo Jornal Pequeno.

Já no trânsito da capital maranhense, um relatório divulgado pela Prefeitura informou que, na terça-feira (5), primeiro dia do bloqueio total, teria havido uma redução de 60% de carros e motocicletas nas ruas, com maior diminuição nos dias seguintes. No entanto, pelo que é possível perceber em algumas avenidas e ruas de São Luís, fica a sensação insatisfatória de que o confinamento, com um grau acima do isolamento social, não é tão drástico.

Durante o lockdown, a circulação de pessoas deveria estar limitada, e aglomerações proibidas. Entretanto, o resumo das feiras populares de São Luís, instaladas nos bairros periféricos, é: lotadas, pessoas utilizando máscaras, mas que não respeitam o distanciamento social.

As feiras sempre representaram espaços onde faltam higiene e qualidade de produtos. Mas, mesmo diante de uma enfermidade epidêmica amplamente disseminada, há simplesmente quem ignora cuidados de insalubridade e contágio do novo coronavírus.

Enquanto isso, no Maranhão, existem 5.909 casos de Covid-19, 1.534 recuperados e pouco mais de 330 mortos. Os números são do boletim dessa quuinta-feira (6), da Secretaria Estadual da Saúde (SES).

Desde o primeiro dia do lockdown (terça-feira, 5), a imprensa tem mostrado as aglomerações na feira da Cidade Operária, localizada na Avenida Este. Com as reportagens, órgãos municipais, como a Blitz Urbana e a Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa), finalmente teriam fechado lojas de serviços não essenciais, que permaneciam abertas durante a quarentena, na Cidade Operária, que ocupa o quarto lugar entre os bairros com casos confirmados do novo coronavírus, com mais de 90 pessoas infectadas.

REMANEJO DE 50 FEIRANTES

Na manhã de ontem, um agente de trânsito na Avenida Este da Cidade Operária, foi quem informou ao Jornal Pequeno que a Prefeitura de São Luís estava instalando tendas provisórias, em uma área atrás do hortomercado do bairro. Encostado na barraca de bananas de um senhor identificado como Antônio Gomes, o funcionário da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) disse que o feirante poderia dar mais informações. Porém, Antônio mostrou-se alheio ao remanejamento.

Já na área em que uma das tendas já estava montada, operários da prefeitura disseram que a estrutura comportará apenas 50 trabalhadores da feira. Dentro do hortomercado, o movimento era bem diferente ao da feira de rua. Na estrutura coberta e que comercializa carnes, peixes, legumes e verduras, alguns boxes tinham fitas isolantes para evitar aglomerações, e os donos desses estabelecimentos além de máscaras, utilizavam luvas.

FEIRAS DO COROADINHO E LIBERDADE

Também na manhã de ontem, a feira do bairro Coroadinho amanheceu bastante movimentada. Com corredores lotados, era difícil caminhar por eles sem se encostar nas outras pessoas. Mesmo que todos estivessem de máscaras, a questão primordial é se realmente se faz necessário ir às feiras todos os dias, deixando-as aglomeradas.

“Eu já não saio de casa para nada, vir ao mercado comprar cheiro-verde fresquinho é uma distração. No fim de semana, pode ser que eu prepare pratos com frutos do mar, e eu não gosto de congelar camarão, compro-o fresco para prepará-lo no mesmo dia. Se eu decidir por este cardápio, vou voltar à feira neste sábado, ou neste domingo”, disse a dona de casa Lourdes Maria Freitas, de 52 anos.

O alto movimento da feira do Coroadinho se repetiu na Avenida Gregório de Matos da Liberdade, onde ficam as barracas de venda de alimentos ao ar livre.

Um pouco de controle somente pode ser visto dentro do Mercado da Liberdade, que é um espaço administrado pela Prefeitura, com a presença de fiscais responsáveis por manterem a ordem, evitando inclusive o acesso de pessoas sem máscara ao local. No mercado, sequer podem ser feitas as refeições, o café com cuscuz comprado em algum dos quiosques deve ser consumido fora, diminuindo o tempo de permanência das pessoas no espaço.

TRÂNSITO

Nos dez dias do lockdown, está proibida a movimentação de veículos particulares nas ruas e avenidas da região metropolitana, salvo para compra de alimentos, transporte de doentes ou serviços de segurança.

Por volta do meio-dia de ontem, em entrevista à imprensa, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior informou que, devido às medidas restritivas adotadas a partir da vigência do lockdown, São Luís já registrou redução de 84% de passageiros nos ônibus coletivos da capital. Isto, segundo o prefeito, significa que o transporte público ainda estaria circulando com 70 mil pessoas.

Em relação à circulação de veículos particulares na cidade, Edivaldo Holanda Júnior informou que, nesses primeiros dias de lockdown, já houve redução de 60% dos carros e motocicletas, nas vias públicas. E que, somente na manhã de ontem, havia apenas 29 mil veículos em circulação, sendo que o número seria muito superior a este, em dias sem bloqueio total.

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