Receio de pais em levar crianças à Emergência é perigoso, alerta pediatra

Opção pode comprometer um diagnóstico precoce e pode piorar o quadro clínico da criança que precisa de cuidados médicos de urgência

Fonte: Redação/Assessoria

O isolamento social e a suspensão temporária de alguns atendimentos eletivos por causa da pandemia do novo coronavírus criaram um problema que vem preocupando os profissionais de saúde: o afastamento de pacientes que precisam de atendimentos de urgência e emergência dos hospitais. A principal hipótese para esse “sumiço” é o medo de contaminação pelo Sars-CoV-2, o vírus da Covid-19, no ambiente hospitalar.

A intensivista pediátrica do Hospital São Domingos, Dra. Alzira Araújo, explica que o receio de procurar atendimento de emergência para as crianças é perigoso, pois compromete um diagnóstico precoce e pode piorar o quadro clínico da criança que precisa de cuidados médicos de urgência.

“Não se deve postergar atendimento, não fique com paciente doente em casa e, principalmente, não faça automedicação. As pessoas devem procurar o seu médico se precisar. Se for alguma coisa aguda, vá ao pronto-socorro. Estamos preparados para atender, com os devidos cuidados para não haver contaminação pela Covid-19”, afirma. Para a coordenadora da UTI Pediátrica do Hospital São Domingos, procurar o atendimento médico pode evitar que uma dor intensa, por exemplo, se transforme em algo mais grave por falta de tratamento.

“Nos preocupa as outras patologias, que não deixaram de existir com o isolamento social e podem não estarem sendo diagnosticadas nem tratadas e até mesmo estarem sendo tratadas de forma errada em casa, por causa do medo de trazer as crianças ao hospital para uma avaliação médica. Então, peço que, em caso de criança doente em casa, tragam para ser avaliadas, pois hoje, possuímos fluxos de atendimento diferentes para pessoas com sintomas gripais e demais patologias”, alerta a médica.

E completa: “Os pacientes que não possuem sintomas respiratórios seguem o atendimento, exames, internação e até mesmo assistência de UTI em ambientes e fluxos separados para que não haja contaminação pela Covid-19. Assim, o melhor é diagnosticar de forma precoce e ter tratamento adequado para que ele não fique grave”, finaliza a médica intensivista pediátrica.

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